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ENERGIA
Município viveu quatro décadas em obras
FREE LANCE PARA A FOLHA
O município de Paulo Afonso é
novo. Só passou a existir em 1958,
quando foi emancipado de Glória. Sua história, porém, remete
ao século 18.
O nome da cidade é uma homenagem ao sertanista Paulo Viveiros Afonso, que recebeu, em 1725,
uma sesmaria na margem esquerda do rio São Francisco (região
que pertence hoje a Alagoas), mas
ocupou também parte da margem direita e fundou um arraial
que mais tarde foi chamado de
Tapera de Paulo Afonso.
As belezas da cachoeira de Paulo Afonso, que também já foi chamada de Forquilha, Sumidouro e
Cachoeira Grande, chegaram aos
ouvidos de dom Pedro 2º, que resolveu visitá-la em 1859.
Em 1903 o comerciante cearense Delmiro Gouveia mudou-se
para o antigo povoado de Pedra
(hoje, Delmiro Gouveia, Alagoas)
e dez anos depois inaugurou a
primeira usina hidrelétrica do
Nordeste, a Angiquinho, que só
foi desativada em 1960.
A Chesf foi criada em 1948 para
aproveitar a energia hidrelétrica
do rio São Francisco no trecho
compreendido entre Juazeiro e
Piranhas.
A usina Paulo Afonso 1 foi
inaugurada em 1955, mesmo ano
do início das obras da PA 2. De lá
para cá foram construídas e começaram a funcionar as usinas
Paulo Afonso 3 e 4 e a Moxotó
(hoje Apolônio Sales).
A última usina a ser inaugurada
foi a Xingó, já fora dos domínios
do município de Paulo Afonso. A
sexta e última unidade começou a
funcionar em 1997.
A construção de uma usina demanda até dez anos e desde a PA 1
até a Xingó a região viveu em
obras. O presidente João Café Filho inaugurou a primeira hidrelétrica em janeiro de 1955.
De lá para cá, Garrastazu Médici, João Figueiredo, Itamar Franco
e Fernando Henrique Cardoso fizeram questão de marcar presença no início do funcionamento de
novas unidades.
A importância estratégica da região era tão grande que em 1959,
quando foi candidato a governador da Bahia, Juracy Magalhães tinha como slogan: "Cacau, petróleo e Paulo Afonso. As riquezas da
Bahia têm na mão de Juracy toda
sua garantia".
A grande indústria de energia
do Nordeste vive na iminência de
ser privatizada, mas ainda não há
nenhuma definição de como e
quando será o processo.
Até lá, a Prefeitura de Paulo
Afonso e a Chesf não chegam a
um acordo a respeito da utilização turística e da manutenção de
seus cartões-postais.
(LUCIANA PINSKY)
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