São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2001

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ENERGIA

Município viveu quatro décadas em obras

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O município de Paulo Afonso é novo. Só passou a existir em 1958, quando foi emancipado de Glória. Sua história, porém, remete ao século 18.
O nome da cidade é uma homenagem ao sertanista Paulo Viveiros Afonso, que recebeu, em 1725, uma sesmaria na margem esquerda do rio São Francisco (região que pertence hoje a Alagoas), mas ocupou também parte da margem direita e fundou um arraial que mais tarde foi chamado de Tapera de Paulo Afonso.
As belezas da cachoeira de Paulo Afonso, que também já foi chamada de Forquilha, Sumidouro e Cachoeira Grande, chegaram aos ouvidos de dom Pedro 2º, que resolveu visitá-la em 1859.
Em 1903 o comerciante cearense Delmiro Gouveia mudou-se para o antigo povoado de Pedra (hoje, Delmiro Gouveia, Alagoas) e dez anos depois inaugurou a primeira usina hidrelétrica do Nordeste, a Angiquinho, que só foi desativada em 1960.
A Chesf foi criada em 1948 para aproveitar a energia hidrelétrica do rio São Francisco no trecho compreendido entre Juazeiro e Piranhas.
A usina Paulo Afonso 1 foi inaugurada em 1955, mesmo ano do início das obras da PA 2. De lá para cá foram construídas e começaram a funcionar as usinas Paulo Afonso 3 e 4 e a Moxotó (hoje Apolônio Sales).
A última usina a ser inaugurada foi a Xingó, já fora dos domínios do município de Paulo Afonso. A sexta e última unidade começou a funcionar em 1997.
A construção de uma usina demanda até dez anos e desde a PA 1 até a Xingó a região viveu em obras. O presidente João Café Filho inaugurou a primeira hidrelétrica em janeiro de 1955.
De lá para cá, Garrastazu Médici, João Figueiredo, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso fizeram questão de marcar presença no início do funcionamento de novas unidades.
A importância estratégica da região era tão grande que em 1959, quando foi candidato a governador da Bahia, Juracy Magalhães tinha como slogan: "Cacau, petróleo e Paulo Afonso. As riquezas da Bahia têm na mão de Juracy toda sua garantia".
A grande indústria de energia do Nordeste vive na iminência de ser privatizada, mas ainda não há nenhuma definição de como e quando será o processo.
Até lá, a Prefeitura de Paulo Afonso e a Chesf não chegam a um acordo a respeito da utilização turística e da manutenção de seus cartões-postais.
(LUCIANA PINSKY)


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