São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000


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GALÍCIA

Todos os caminhos levam à Galícia

Vinicius Torres Freire/Folha Imagem
Mímico faz performance de "estátua viva" diante da catedral de Santiago, onde peregrinos acreditam estar os restos do discípulo Tiago


Cidade espanhola atrai peregrinos e místicos, além de oferecer paisagens intactas e boa comida
Santiago tem muitos caminhos

VINICIUS TORRES FREIRE
ENVIADO ESPECIAL À GALÍCIA

Para ir logo ao assunto: a Galícia é a região da Espanha onde fica Santiago de Compostela, a cidade do fim dos caminhos do mesmo nome, dos peregrinos, de místicos e esotéricos.
Mas Santiago pode muito bem ser o ponto de partida para outras viagens. Para andar por vilarejos com casas de mais de mil anos e comida camponesa esplêndida, passar por um minúsculo mosteiro do século 6º, por dezenas de igrejas românicas e por outras cidades com imensurável patrimônio histórico.
Pelos caminhos ainda há montanhas de florestas quase intactas, centenas de rios limpos e paisagens maravilhosas à beira do rio Minho, que corta a Galícia e é fronteira natural entre a região e o norte de Portugal.
Há muitos caminhos de Santiago. O mais famoso é o francês, e a parte mais percorrida dele é aquela que está na Galícia.
Santiago tornou-se o que é devido a um artigo de fé católico, o túmulo de são Tiago, por cima do qual se construiu uma basílica românica e depois barroca, a catedral da cidade.
Desde o século 10º, peregrinos andam até lá para visitar o que acreditam ser os restos de Tiago, discípulo de Jesus, um dos 12 apóstolos, morto no começo dos anos 40 da Era Cristã.

Formol
A Galícia é o que é devido à sorte (ou azar) discutível de não ter sido industrializada. E por ficar num canto europeu onde as guerras não chegavam.
Até há pouco tempo uma região pobre para os padrões europeus e ainda hoje 50% rural, a Galícia foi salva para a beleza -e para o turismo- devido a séculos de decadência econômica.
O formol da penúria foi obviamente terrível para os galegos, que emigraram aos milhares, para o Brasil inclusive.
Vá à Galícia pensando em andar e comer. Pequenina que é, a região tem uma variedade gastronômica de respeito.
Não pense em comprar, a não ser roupas de dois estilistas que cortam roupas modernas mais austeras, Verino e Adolfo Domingues. Seus artigos ainda são bem mais baratos que os de seus equivalentes brasileiros.

Custo de vida
A vida em Santiago é mais barata que a da classe média de São Paulo, por exemplo, mas não muito mais.
As pessoas são simpáticas e, em geral, entendem o que você fala -o galego, falado pela maioria da população, é bastante parecido com o português.
É possível que agentes de turismo, galegos em particular, queiram que você se hospede em outras graciosas cidades galegas.
Mas Santiago é em quase todos os sentidos a parte mais rica da viagem. De resto, tudo é bem pertinho da cidade: dali, em no máximo duas horas de carro, é possível ir a quase todos os grandes pontos de interesse da Galícia.
Para variar vá para uma cidade litorânea, a fim de fazer de lá uma outra base de viagem.


Vinicius Torres Freire viajou a convite do Centro Oficial de Turismo Espanhol (SP), da Turgalicia e da Iberia.

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