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1 ANO DEPOIS
Cancún se mostra recuperada após Wilma
Órgãos de turismo dizem que local está até melhor que antes do furacão; gastos foram de US$ 1,5 bilhão
FLÁVIA MANTOVANI
DA ENVIADA ESPECIAL A CANCÚN
Repetidas exaustivamente
na TV do saguão de um hotel
cinco-estrelas de Cancún, as
imagens mostram móveis imponentes tombados no chão,
azulejos e lustres quebrados,
troncos de palmeiras curvados
e sem folhas, entulho e cacos de
vidro por toda parte. As cenas
lembram o estado dos luxuosos
ambientes após a passagem do
furacão Wilma pelo balneário
mexicano, em outubro de
2005, e deixam claro por que
ele foi considerado o pior que já
passou pelo Atlântico.
Um ano após a tragédia, os
órgãos de turismo mexicanos
promovem o local como totalmente recuperado e até melhor
do que antes. De fato, a rapidez
da renovação surpreende. Em
agosto deste ano, 83% dos mais
de 26 mil quartos de hotel tinham sido restaurados.
O raro momento sem hóspedes serviu para reformar ambientes, trocar tapetes e estofados e colocar equipamentos
eletrônicos mais modernos. Ou
tornar a estrutura mais resistente, colocando nas janelas vidros e esquadrias antifuracão.
Segundo o escritório brasileiro do Conselho de Promoção
Turística do México, todos os
grandes hotéis oferecem garantias caso o turista tenha suas férias prejudicadas por furacões.
Dono de dois hotéis na região, o
grupo Marriott, por exemplo,
criou o "compromisso por interrupção de viagens no Caribe", pelo qual se pode escolher
entre o reembolso e uma hospedagem em melhor categoria
válida por um ano.
As praias, que haviam ficado
sem areia, estão recuperadas
desde abril. As avenidas que
percorrem a região dos hotéis
receberam 6.000 novas palmeiras. A reabertura oficial da
cidade foi comemorada em
agosto com um evento de três
dias, considerado a maior festa
de praia do mundo.
Ainda há vestígios do Wilma
-cerca de 10% dos hotéis estão
em reconstrução. A maior parte da infra-estrutura local, porém, está apta para turistas. Em
agosto, os hotéis estavam com
79% da capacidade preenchida,
menos do que os 86% de 2005,
mas razoável para as circunstâncias. Entre investimentos
públicos e privados, foram gastos cerca de US$ 1,5 bilhão na
reconstrução da cidade.
Mina de ouro caribenha
Os esforços se justificam pela
importância do turismo para
Cancún e para o México. Pequena e desconhecida aldeia de
pescadores há quatro décadas,
o local é hoje, graças a um programa governamental que começou nos anos 60, o principal
destino turístico do México e
do Caribe. São cerca de 3 milhões de visitantes por ano, a
maioria dos Estados Unidos.
Situada em Quintana Roo,
Estado na península de Yucatán (sul do México), Cancún é
freqüentada principalmente
por famílias e casais, muitos em
lua-de-mel. Na Isla Cancún, a
também chamada zona hoteleira, grandes redes de hotéis e
resorts se estendem pela costa.
A cor do mar, de um degradê
de azul que vai do claro ao marinho passando por uma ampla
gama de turquesas, é, segundo
os cancunenses, única no mundo. A água, nem fria nem quente em excesso, oferece momentos refrescantes em meio ao clima tropical úmido -a temperatura média é de 27C.
O conforto dos hotéis, a grande oferta de atividades náuticas
e aquáticas, a presença de parques ecológicos, a agitada vida
noturna e a proximidade com
sítios arqueológicos maias são
alguns dos atrativos da cidade.
Em 2005, 85 mil turistas brasileiros visitaram Cancún. Segundo o escritório brasileiro do
Conselho de Promoção Turística do México, a tendência é que
o número cresça neste ano.
Flávia Mantovani viajou a convite da rede de
hotéis Marriott
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