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Escolas mesclam nacionalidades
DO ENVIADO ESPECIAL À SUÍÇA
A miscelânea de nacionalidades
em uma escola suíça de hotelaria
lembra o saguão de um cinco estrelas em uma grande capital do
mundo. Na SHMS (Swiss Hotel
Management School), em Montreux, estudantes de quase 50 países se misturam nas classes, nos
restaurantes, nas atividades práticas e no convívio social.
O idioma apaziguador dessa babel escolar é o inglês, adotado oficialmente nas aulas. Na SHMS,
também são lecionados o francês
e o alemão, que representam, junto com o italiano e o romanche, as
principais línguas na Suíça.
A cidade de Montreux, onde se
localiza a escola, fica na porção
francesa do país. Mas, como em
hotelaria geralmente sobressaem
os poliglotas, comunicação não é
problema para os estudantes.
Essa mistura de culturas oferecida por uma escola "globalizada", por sinal, desponta como um
dos pontos positivos mais mencionados pelos alunos. "Tentamos evitar que formem grupos fechados do mesmo país. Mas não é
tão difícil. Eles buscam justamente essa atmosfera", afirma Andreas Künzli, diretor de negócios.
Turma brasileira
Os rostos orientais parecem
predominar entre os estrangeiros
atualmente. A "comunidade" dos
brasileiros, segundo ele, tem por
volta de 20 representantes.
Marco Kuchemann, com família em Brasília (DF), é um deles.
"Compartilhar experiências com
pessoas do mundo todo traz um
diferencial importante", diz. Sua
meta já está traçada: obter o máximo possível de vivência internacional após concluir o curso. "O
mercado de trabalho no Brasil
ainda está começando a oferecer
salários melhores", avalia.
Lilian Alves, 25, formada em administração de empresas, deixou
Ribeirão Preto (SP) para começar
do zero a estudar hotelaria. Poderia ter optado pela pós-graduação
na escola, mas quis encarar os
dois anos e meio iniciais do curso
(equivalentes a um de tecnólogo)
e agora faz o bacharelado. "Estava
decidida. Queria ganhar primeiro
uma base, para depois me aprimorar", afirma.
Planejamento
Quem segue firme um plano de
carreira, como Lilian, evita "perder o chão" quando encontra os
problemas de morar fora do país.
"Talvez o sistema de semi-internato, em um país com clima e cultura diferentes do nosso, possa
causar um pouco de depressão e
tristeza", avalia Ana Lúzia Magalhães Carneiro, coordenadora de
graduação da Faculdade Senac de
Turismo e Hotelaria de São Paulo.
Por isso vale uma dica para
quem pensa em encarar uma fase
na Suíça: esmiuçar à exaustão todos os detalhes do curso, da escola, da acomodação e da cidade.
Na SHMS, por exemplo, os
quartos com padrão mais simples
não possuem banheiro privativo.
Para quem já vai gastar um bom
punhado de dólares nos estudos
na Europa, talvez valha a pena
pensar em desembolsar um pouco mais em troca de conforto.
José Ruy Veloso Campos, presidente da Abdeth (Associação Brasileira de Dirigentes de Escolas de
Turismo e de Hotelaria), pondera: "A Suíça ainda vive da fama
que conquistou. Mas há cursos de
bom nível em países como os Estados Unidos e o próprio Brasil".
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