São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2001

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Escolas mesclam nacionalidades

DO ENVIADO ESPECIAL À SUÍÇA

A miscelânea de nacionalidades em uma escola suíça de hotelaria lembra o saguão de um cinco estrelas em uma grande capital do mundo. Na SHMS (Swiss Hotel Management School), em Montreux, estudantes de quase 50 países se misturam nas classes, nos restaurantes, nas atividades práticas e no convívio social.
O idioma apaziguador dessa babel escolar é o inglês, adotado oficialmente nas aulas. Na SHMS, também são lecionados o francês e o alemão, que representam, junto com o italiano e o romanche, as principais línguas na Suíça.
A cidade de Montreux, onde se localiza a escola, fica na porção francesa do país. Mas, como em hotelaria geralmente sobressaem os poliglotas, comunicação não é problema para os estudantes.
Essa mistura de culturas oferecida por uma escola "globalizada", por sinal, desponta como um dos pontos positivos mais mencionados pelos alunos. "Tentamos evitar que formem grupos fechados do mesmo país. Mas não é tão difícil. Eles buscam justamente essa atmosfera", afirma Andreas Künzli, diretor de negócios.

Turma brasileira
Os rostos orientais parecem predominar entre os estrangeiros atualmente. A "comunidade" dos brasileiros, segundo ele, tem por volta de 20 representantes.
Marco Kuchemann, com família em Brasília (DF), é um deles. "Compartilhar experiências com pessoas do mundo todo traz um diferencial importante", diz. Sua meta já está traçada: obter o máximo possível de vivência internacional após concluir o curso. "O mercado de trabalho no Brasil ainda está começando a oferecer salários melhores", avalia.
Lilian Alves, 25, formada em administração de empresas, deixou Ribeirão Preto (SP) para começar do zero a estudar hotelaria. Poderia ter optado pela pós-graduação na escola, mas quis encarar os dois anos e meio iniciais do curso (equivalentes a um de tecnólogo) e agora faz o bacharelado. "Estava decidida. Queria ganhar primeiro uma base, para depois me aprimorar", afirma.

Planejamento
Quem segue firme um plano de carreira, como Lilian, evita "perder o chão" quando encontra os problemas de morar fora do país.
"Talvez o sistema de semi-internato, em um país com clima e cultura diferentes do nosso, possa causar um pouco de depressão e tristeza", avalia Ana Lúzia Magalhães Carneiro, coordenadora de graduação da Faculdade Senac de Turismo e Hotelaria de São Paulo.
Por isso vale uma dica para quem pensa em encarar uma fase na Suíça: esmiuçar à exaustão todos os detalhes do curso, da escola, da acomodação e da cidade.
Na SHMS, por exemplo, os quartos com padrão mais simples não possuem banheiro privativo. Para quem já vai gastar um bom punhado de dólares nos estudos na Europa, talvez valha a pena pensar em desembolsar um pouco mais em troca de conforto.
José Ruy Veloso Campos, presidente da Abdeth (Associação Brasileira de Dirigentes de Escolas de Turismo e de Hotelaria), pondera: "A Suíça ainda vive da fama que conquistou. Mas há cursos de bom nível em países como os Estados Unidos e o próprio Brasil".


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