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VINDE A MIM
O medo de que a imagem pudesse ser derretida em caso de guerra contribuiu para a escolha de pedra-sabão
Papas, poetas e guias descrevem a estátua
DA ENVIADA ESPECIAL
"A primeira vez que contemplei
o Rio do alto do Corcovado senti a
beleza da paisagem como um soco no diafragma". Assim Érico
Veríssimo descreveu a vista que
se tem do Cristo Redentor. "Adoro esse Cristo turista/ De braços
abertos/ Que procura equilíbrio/
Na montanha brasileira", escreveu o poeta Jorge de Lima.
Quando ele foi inaugurado, em
1931, o papa Pio 11 mandou uma
mensagem. "Contemplem todos
a sua imagem, os que em terra vivem atormentados por cuidados
e solicitudes da vida e também os
viajantes que, batidos pelas ondas
do mar agitado, desejam chegar a
um porto feliz."
Em 1980, o monumento recebeu a visita do papa João Paulo 2º,
que benzeu o Rio de Janeiro lá de
cima. "Cristo! De que outro lugar
fazer ecoar esse nome melhor do
que no alto desse imenso penhasco feito altar, entre maravilhas naturais criadas por Ele, bem no coração do Rio de Janeiro."
Difícil imaginar, mas o Cristo
começou sem braços abertos. O
projeto inicial previa um Cristo
com uma cruz na mão direita e
um globo na outra. Depois mudou: a cruz continuava na direita,
mas o braço esquerdo ficava aberto. Ficou esquisito. Ele parecia fazer uma saudação nazista desengonçada. Tiraram a cruz e transformaram toda a estrutura numa.
O livro "O Cristo do Rio", de
Mauro Rubinstein, que foi guia na
cidade, conta curiosidades da
construção. O material escolhido
para a edificação é uma delas. A
primeira opção era usar bronze e
cobre na estátua. Mas o medo de
que, em caso de guerra, o monumento fosse derretido para construir canhões fez com que Heitor
da Silva Costa, engenheiro que tocou a obra, escolhesse a pedra-sabão, usada nas obras de Aleijadinho, que resistia ao tempo. (HHL)
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