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LUIZ BARRETTO
A meta é chegar a 10 mi de estrangeiros em 2016
APÓS ANO DE QUEDA, MINISTRO DO TURISMO FALA SOBRE NOVA RELAÇÃO COM VIAJANTES SUL-AMERICANOS E ABERTURA COM EUA
LUISA ALCANTARA E SILVA
DE SÃO PAULO
Recém-chegado dos EUA,
o ministro do Turismo, Luiz
Barretto, afirma que a burocracia que os brasileiros têm
de encarar para tirar o visto
para ir aos EUA pode cair. "O
Brasil está entre os cinco países que entrarão no Visa Waiver." Mas não há previsão para isso ocorrer.
Sobre o turismo brasileiro,
que apresentou queda de
4,9% em 2009 em relação a
2008, ele está otimista. "Podemos chegar a um número
próximo a 5,5 milhões de turistas estrangeiros em 2010."
Após a Olimpíada de 2016,
Barretto acredita que podemos chegar perto dos 10 milhões. Leia trechos da entrevista, feita por telefone:
Folha - Quais foram os principais motivos da queda do número de estrangeiros que vieram ao Brasil em 2009?
Luiz Barretto - Infelizmente os principais emissores de
turistas são países que estão
numa crise econômica. Mas
nos três primeiros meses deste ano nós crescemos. A gente pode chegar a um número
10% superior ao de 2008 .
Mas 5,5 milhões de turistas
ainda não é um número pequeno para o Brasil?
Temos de comparar com
países de longa distância.
Perto desses países, o Brasil é
similar. Temos mais de 1 milhão de turistas que a Argentina.
Mas, pelo tamanho do Brasil,
não era para esse número ser
ainda maior em relação à Argentina?
É, estamos trabalhando
nisso. A Argentina é um mercado anterior ao nosso, foi
um hub da América do Sul. O
Brasil, do ponto de vista econômico, já tomou esse lugar.
Eu acho que a gente tem
um desafio, que é aumentar o
número de turistas sul-americanos. A Embratur vai aproveitar Copa e Olimpíada para
fazer uma nova relação com
os sul-americanos.
A gente trabalha com a
meta de chegar a 8 milhões
em 2014, e continuar crescendo para chegar em 2016
próximo a 10 milhões, que é
uma marca muito grande.
Não se discute investir em
mais voos diretos entre Brasil, Europa e EUA?
Nós estamos fazendo um
esforço grande. Nunca houve
tanta conexão com o exterior. Há voos para a Europa,
por exemplo, de oito cidades
brasileiras.
Mas e um voo Europa-Manaus, por exemplo?
Se discute isso, mas são
questões relacionadas à área
privada. O governo tem um
caráter indutor. Vão recomeçar voos internacionais de
Viracopos. Vai ter voo da TAP
da Europa a Campinas, um
novo voo de São Paulo para
Doha . Há outros novos voos.
Então, estamos nos transformando em um grande
emissor de turistas. Uma coisa que tem que ser levada em
conta é que turismo num país
continental como o Brasil
tem que ser pensado como
mercado interno. Hoje, 85%
do mercado é interno.
O brasileiro pode sonhar em
um dia viajar de SP ao Nordeste por R$ 80 sem ser com
promoção?
Como é que no mundo isso
foi resolvido? O mundo é capitalista. É uma competição,
não tem outra saída. Não é o
preço que eu desejo, que você deseja, mas se você pensar
na história da aviação brasileira, nunca se viajou tanto
de avião.
Dá para viajar para o Chile
por R$ 800. Isso a gente não
paga...
Você tem promoções para
o Brasil.
Mas são promoções.
Mas são promoções constantes.
É relativo. Tem a promoção,
você vai comprar e não tem a
passagem barata no dia em
que quer.
Tem razão. Mas agora há
mais alternativa. A nossa
aposta é a de que tenha mais
competição. E cada vez mais
brasileiros podem viajar. Então acho que há um campo
de crescimento. Tanto para
hotelaria como para passagens aéreas, meu desejo como cidadão é que tenham
um preço melhor.
A queda da necessidade do
visto, como está ocorrendo
com Brasil e Rússia, faz o turismo crescer. Não é o caso de
o Brasil rever o princípio da
reciprocidade e desobrigar
que turistas de países como
os EUA precisem de visto?
Nós tentamos nos últimos
anos fazer esse debate, mas
não tem viabilidade nenhuma, nem a sociedade brasileira aceita esse princípio de
flexibilizar a reciprocidade.
Mas tivemos ganhos em
relação ao mercado americano. Voltamos a ter dez anos
de visto. E nós estamos fazendo um esforço para aprovar o visto on-line, que torna
ele mais acessível.
Pedi aos EUA para que o
Brasil entre no programa Visa Waiver, fechado desde o 11
de Setembro, e me garantiram lá que, se houver alguma
abertura nos próximos anos,
o Brasil está entre os cinco
países que entrarão.
Tem previsão para entrarmos
nesse programa?
Se houvesse abertura, o
Brasil estaria já em condições
de obter isso.
Copa e Olimpíada. Como
manter o aumento do fluxo
de turistas?
Eu acho que o grande saldo dos eventos esportivos foi
o legado e nós temos uma
grande chance. Teremos um
país melhor. Vai ser um crescimento paulatino, mas que
não volta ao patamar anterior. O patamar de 8 milhões
em 2014 não regride, porque
vamos melhorar. O Brasil vai
ser um país melhor.
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