SILVIO CIOFFI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, admitiu, em entrevista coletiva, que as fichas preenchidas pelos hóspedes dos hotéis brasileiros no check in não são sistematicamente tabuladas.
A revelação aconteceu durante o Congresso Nacional da Associação Brasileira de Agências de Viagem/Feira das Américas, no Rio de Janeiro, no dia 23, quando o ministro descrevia os planos do governo federal, colocando como metas o recebimento de 9 mi de turistas estrangeiros no ano de 2007, contra estimativa de 3,8 mi em 2003, e o aumento do número de desembarques nos aeroportos dos atuais 34 mi (2003) para 65 mi até o fim do governo Lula.
Destacando investimentos no turismo tomados junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de US$ 1,1 bilhão -divididos entre o Prodetur Nordeste 2, o Prodetur Sul, o Proecotur, para a Amazônia legal, e um programa no Pantanal-, o ministro reafirmou que o turismo é prioridade para o governo.
De toda forma, é de estranhar que a ficha nacional de registro de hóspedes não seja usada propriamente, possivelmente desde governos anteriores, já que ela contém, além de nome, profissão, nacionalidade e idade do hóspede, dados como motivo da viagem (turismo, negócios, convenção e outros), o meio de transporte utilizado (avião, navio, automóvel, ônibus ou trem) e o tempo de estada, dados que deveriam nortear a formulação de políticas nacionais para o setor.

Congresso
A 31ª edição do congresso da Abav esbanjou vitalidade, ocupando 17.118 m2 do Riocentro e reunindo, entre os dias 23 e 25 de outubro, 16 mil profissionais do setor de 35 países (12,9% a mais do que em 2002), 49 operadoras e 37 órgãos de fomento turístico.
Tasso Gadzanis, presidente da Abav-Nacional, em seu discurso na feira, na última quinta, destacou que a entidade está fazendo 50 anos. Fundada em 28 de dezembro de 1953, por 15 agentes de viagens, hoje, a Abav representa 3.000 empresas. "Em nosso primeiro congresso, em 1959, tivemos 150 participantes", disse.
Ele elogiou o Plano Nacional de Turismo do governo federal, que diz ter sido formulado em tempo recorde, mas, cético, afirmou: "Esse plano traduz nossas principais reivindicações, e, se nesses quatro anos 50% do proposto for realizado, teremos dado um grande passo para o desenvolvimento do turismo no Brasil".