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CAPITAL LÍGURE
Macarrão ao pesto é abre-alas da culinária
Mas, além do macerado de manjericão, experimente o stocafisso, a focaccia, a farinata e o panigacci
Silvio Cioffi/Folha Imagem
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A via 20 Settembre, principal avenida comercial genovesa |
DO ENVIADO ESPECIAL A GÊNOVA
Onipresente, a pasta ao pesto
-um macerado de manjericão,
queijo de cabra, pinólis e azeite- virou até tema de concurso
internacional no próximo dia
19 de abril, como se pode ver no
site www.pestochampionship.it/campionato_2008_home.asp: a competição reunirá, no palazzo Ducale, uma
centena de chefs.
As receitas variam, há até
quem cozinhe a massa com um
pouco de batatas, mas esse prato certamente vai bem com o
vinho branco vermentino produzido nos arredores.
Na mesma linha, a culinária
de Gênova tem molhos ricos à
base de azeite, alho e nozes.
Outras especialidades locais
são a foccacia, quase uma pizza,
mas mais sutil; a farinata, elaborada com grão-de-bico; e o
panigacci, que lembra o pão sírio e é servido com presunto e o
queijo stracchino.
Para o segundo prato, os pescados, como a anchova, ocupam um lugar central. Exímios
marinheiros, os lígures eram
recebidos por suas mulheres
com comidas substanciosas -e
essa comida é chamada de cozinha de retorno.
O mais caudaloso e festejado
prato típico de peixe local é, no
entanto, o stocafisso, bacalhau
salgado semelhante àquele
preparado em Portugal.
Veja, a seguir, algumas sugestões de restaurantes:
Trattoria Alle Due Torri
Atrás da porta Soprana e próximo da casa onde teria nascido, em 1451, o navegador Cristóvão -ou Cristoforo- Colombo, fica esse restaurante turístico, mas honesto. Com gastos
por pessoa girando em torno de
30, esse local na salita del
Prione, 53, fecha aos domingos.
Entre as sugestões freqüentes estão pratos como a lasagnette com molho pesto, o vitello tonatto (finas fatias frias de
vitela assada com maionese de
atum) e as saladas de frutos do
mar, cotados a preços que variam de 8 a 15. Meia garrafa
de vermentino custa ali 7.
Informações: 00/xx/39/010/
251-3637; www.alleduetorri.com.
I Tre Merli
Filial de restaurante homônimo, no Porto Antico, tem comida e ambiente contemporâneos e fica num velho galpão
chamado de Pallazzina Millo.
Funciona diariamente, das
12h30 às 15h, e das 19h30 às
23h. Ideal para bebericar, tem
boa adega e comidas rápidas,
como a foccaccia com queijo e a
farinata, além de peixe fresco.
Quem não exagera no vinho
gasta cerca de 40. Informações: 00/xx/39/010/246-4416;
www.itremerli.it.
Maxelâ
Restaurante cujo nome é
uma corruptela dialetal de
"macellaio" -açougueiro, em
italiano-, fica numa das ruelas
entre a piazza de Ferrari e o
Porto Antico, no vico Inferiore
del Ferro, 9, numa casa de 1790.
Fecha aos domingos. Como
se depreende do nome, é um
grill para saborear uma bisteca
alta, num ambiente de açougue
chique. Há filas infinitas, especialmente no almoço, de modo
que convém fazer reserva. É sofisticado e caro. Deixar 50 ali
não exige extravagâncias.
Informações: 00/xx/39/010/
247-4209; www.maxela.it.
La Barcaccia
No bar deste restaurante há
uma linda maquete de navio.
Ele fica na spianata Castelletto,
esplanada de onde se avista o
porto. Quase um restaurante
de bairro, tem menu por 13.
No cardápio "alla carte" há coelho (coniglio) com alecrim
(rosmarino) e stocafisso (bacalhau). Os pratos iniciais (primi
piatti) custam cerca de 8; já
os secondi, de carne ou peixe,
valem de 12 a 15.
Informações: 00/xx/39/
010/247-3809 ou pelo e-mail
barcaccia.d@tiscalinet.it.
Bistrot Goooglo
Como o Maxelâ, fica nas vielas entre a basílica de San Lorenzo e o porto, na piazza Lavagna, 19, num local cujas aparências enganam: há, nos arredores, imigrantes mal-encarados e prostitutas mesmo de dia.
Mesmo assim, a praça é um local pitoresco, e o restaurante é
moderninho, com mesas ao ar
livre. A comida é típica e varia
diariamente. Entre os pratos
leves, os destaques são o carpaccio de peixe e os mexilhões
recheados cobertos de molho
de tomates. Os gastos variam
muito, mas, em geral, não excedem os 30, mesmo tomando
uma ou duas tacinhas do vinho
típico, o vermentino branco.
Informações: 00/xx/39/010/
254-3361.
Da Rina
Fica na Mura delle Grazie, 3,
num local debruçado entre o
viaduto que passa perto do porto e do aquário. Fecha às segundas e é um local premiado, elegante e algo esnobe. Fundado
em 1946, é decorado com fotos
de vistantes ilustres, incluídos
aí atores e até cardeais. Muitos
dos fregueses vêm dos cruzeiros que aportam em Gênova. A
atração é o peixe fresco, que pode ser escolhido antes de ir ao
forno. Os gastos, salgados, não
saem por menos de 50.
Informações: 0/xx/39/010/
246-6475; www.ristorantedarina.it.
Zeffirino
Na via 20 Settembre, 20, no
lado oposto ao do mercado
Orientale, virou sinônimo de
bom pesto e, inclusive, marca
de restaurantes exclusivos dentro de alguns navios da Costa
Cruzeiros, originalmente uma
companhia de navegação genovesa. Abre das 12h à meia-noite,
todos os dias do ano -e tem sala reservada para fumantes.
Gastos em torno de 50.
Informações: 00/xx/39/
010/570- 5939; www.zeffirino.com.
Trattora Ugo
Fica na via Giustiniani, 86,
em meio ao emaranhado de
vielas que levam ao Porto Antico. Fecha às segundas e é uma
estalagem onde se senta à mesa
com outros fregueses. Tem pratos do dia como massa, peixe
frito, dobradinha, milanesas,
tudo simples e trivial. Os vinhos são anônimos e baratos.
Dá para comer por 15.
Informações: 00/xx/39/
010/246-8302
Le Terrazze del Ducale
Na piazza Matteotti, 8, dentro do palácio Ducal, é um local
contemporâneo e relaxante
que praticamente não fecha.
Muita gente que trabalha no
centro de Gênova almoça lá ou
vai para um aperitivo e um café.
Local de passagem para quem
corta caminho entre a piazza de
Ferrari e a igreja de San Lorenzo, é visita tão inevitável quanto agradável. Uma refeição
completa fica por cerca de 30.
Informações: 00/xx/39/010/
58-8600; www.leterrazzedelducale.it.
Pizzeria Da Totò
Na piazza Cavour 5/7, fecha
às quartas-feiras. É pizzaria e
restaurante. Especializada em
foccacia al formagio, tem uma
carta de vinhos notável para
um local relativamente simples. Ali, além do branco vermentino, dá para pedir o vinho
rossesse, um rosado refrescante da cidade de Dolceaqua, no
vale do Nervia, no interior da
Riviera, local de onde vieram
representantes da família do
mítico doge Andrea Doria. Outro vinho lígure, o sciacchetrà,
de Cinque Terre, também está
na lista.
Informações: 00/xx/39/
010/246-5031.
Doçaria Romanengo
É uma fábrica de doces, chocolates e conservas próxima à
praça Brignole e atrás do hotel
Astoria. Fundada em 1780, pode ser visitada, mas é preciso
agendar. As compotas e as frutas cristalizadas são memoráveis. O músico milanês Giuseppe Verdi era freguês -e um bilhete seu, de 1881, elogia as habilidades do fundador, Pietro
Romanengo. Duas filiais históricas, uma na via Roma, 51, e
outra na via Soziglia, 74, vendem seus produtos, mas nada
se compara com a visita à fabrica. Aliás, uma atarefada cozinha. Passear nos arredores e fazer compras na via san Vincenzo (veja texto na pág. F4) pode
ser uma maneira de diminuir a
culpa da gula, praticando o pecado do consumismo. Fica no
beco viale Mojon, 1.
Informações: www.romanengo.com.
(SILVIO CIOFFI).
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