São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007

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PAÍS BASCO

Guggenheim paga sozinho ida à cidade

Museu projetado por Frank Gehry é marco da regeneração urbana e completa uma década neste ano

DO ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA

Sim, vale a pena visitar Bilbao mesmo se for só para conhecer o Guggenheim. Perambular por dentro dele e pelos arredores é uma experiência única. A filial do museu Guggenheim, cuja sede fica em Nova York, é o principal cartão-postal da cidade. Uma busca de imagens no Google usando apenas o nome da cidade revela 42 fotos do museu entre as primeiras 100 exibidas.
A fundação Guggenheim já sinalizava a intenção de expandir filiais pelo mundo quando foi procurada pelo governo basco em 1991.
O arquiteto canadense Frank Gehry foi o vencedor da concorrência fechada para o projeto e acabou desenvolvendo um novo método de criar, recortando e colando faixas de cartolina retorcidas em maquetes tridimensionais.
As maquetes foram posteriormente escaneadas com equipamentos emprestados da aeronáutica. O resultado é um prédio que se esparrama pela margem do rio Nervión lembrando a forma de um navio ou de uma flor.
O autor diz que o objetivo das curvas foi captar os diferentes tons da luz refletida no revestimento de titânio. O material também foi importado da tecnologia de aeronaves. As placas têm 3 mm de espessura e mudam levemente de cor de acordo com a incidência da luz.
Lembram as escamas de um peixe. A construção teve início em 1992 e durou cinco anos.
Os críticos argumentam que um museu tão inovador acaba sendo mais atraente do que as obras que expõe. O custo alto da construção e da manutenção do prédio também entra na pauta dos críticos.
De qualquer maneira, o Guggenheim coroou a renovação urbana da cidade e colocou Bilbao no roteiro turístico mundial. Opinião pessoal que também ouvi de vários outros turistas: o museu é espetacular.
A lógica do prédio é relativamente simples. Um átrio central com 50 metros de altura conecta todas as salas. E as formas malucas que Gehry inventou para cada espaço criam ambientes cheios de surpresas.
É surpreendente a qualidade do acabamento em uma construção tão complexa.

Regeneração urbana
O maior trunfo do projeto, no entanto, é que o edifício amarra uma reestruturação urbana ampla. Visto do rio, ele tem um aspecto grandioso, mas no nível da rua não é mais alto do que os predinhos da cidade antiga. Separe um bom tempo para perambular em volta do museu e se prepare para tirar muitas fotos. Uma dica para obter boas imagens é subir na ponte que passa sobre o museu. Experimente também visitar o prédio à noite, quando o titânio ganha uma cor verde-azul.
O visitante que chega ao museu caminhando pelo rio é recepcionado por uma escultura em forma de aranha da franco-americana Louise Bourgeois (1911-). Da mesma maneira, no outro extremo do prédio, um cachorrinho de cerca de 6 m de altura revestido por flores foi criado pelo norte-americano Jeff Koons (1955-) para guardar a entrada do museu que está voltada para a cidade antiga.
O museu oferece visitas guiadas gratuitas de terça a domingo, às 11h, às 12h30, às 16h30 e às 18h30. As visitas podem ser em basco, espanhol e inglês. Para garantir que você vai entender o que o guia fala, é bom conferir o idioma do tour no balcão de informações do museu.
A fundação Guggenheim tem uma das mais completas coleções de arte do século 20. Os cinco museus espalhados pelo mundo compartilham exposições itinerantes. No acervo de Bilbao constam obras de Alexander Calder (1898-1976), Yves Klein (1928-1962), Willem de Kooning (1904-1997) e Antoni Tápies. Uma sala com 130 m de comprimento e 24 m de altura abriga imensas esculturas de Richard Serra (1939-). (MARCELO PLIGER)

GUGGENHEIM BILBAO Funciona de terça a sábado, das 10h às 20h; de julho a agosto, funciona de segunda a domingo, das 10h às 20h; a bilheteria fecha às 19h30. O museu adverte que no horário de pico, das 11h às 13h, há grande possibilidade de o visitante encontrar filas. Ingresso: 10,50 (adultos). Tel: 00/ xx/34/94/435-9080
www.guggenheim-bilbao.es


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