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MAPA DA LUSOFILIA
Depois da jornada pelo centro de Portugal, a capital acalenta urbanos saudosos com noite agitada
Lisboa é "grand finale" de rota campestre
ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
Para urbanos incorrigíveis, chegar em Lisboa depois de dias percorrendo a região do centro de
Portugal é quase um alívio.
Dividida em cidade alta e baixa,
com um punhado de bairros históricos, Lisboa é repleta de exemplos de arquitetura de boquiabrir.
Das enormes portas em Alfama,
onde reinam as ladeiras tortas e os
bondes, à região da praça do Comércio, fruto da reconstrução
promovida pelo marquês de
Pombal depois do terremoto que
ocorreu no dia de Todos os Santos, 1º de novembro, de 1755, toda
calculada e reta.
Para ver a cidade de cima, suba
ao castelo de São Jorge de elétrico,
a que aqui chamamos de bonde.
A linha premiada é a 28, que passa
por dentro de Alfama. Algumas
ruas são tão estreitas, que só passa
o bonde. No castelo, no alto, vê-se
Lisboa abraçando o Tejo.
Na saída dele, há uma sorveteria. O sorvete de café vem com
grãos crocantes misturados na
massa. Com pouco mais de 1,
toma-se uma bola do sorvete. Outro item que não deve escapar do
turista atento é a água Pedras Salgadas. Com 0,60, compra-se
uma garrafa pequena, de 500 ml.
Ela tem gás e um gosto salgadinho, é rica em bicarbonato de sódio, que ajuda na digestão, bem-vindo no país de mesa farta.
Como um bom andejo, não deixe de ir à Antiga Confeitaria de
Belém, na rua Belém, 90, e comer
os famosos pastéis de belém.
Para compras, vá à rua Augusta,
na cidade baixa. Há livrarias e lojas de roupas e sapatos. Nas
afluentes, há mais lojas, como a
pequenina luvaria que fica na subida para o bairro do Chiado.
O Chiado foi atingido por um
incêndio em 1988. O fogo reduziu
o interior de enormes armazéns
do século 18 a cinzas. Para a reconstrução do lugar foi chamado
o arquiteto Alvaro Siza Vieira, que
manteve algumas fachadas originais e reconstruiu o interior dos
armazéns. Um deles abriga um
simpático shopping que dá de
frente para o calçadão sobre o
qual se esparramam mesas para
tomar café. Para um brasileiro é
difícil assumir isso, mas o café servido em Portugal é muito melhor
do que o que tomamos aqui. Embora seja nosso: parte dele é importado do Brasil.
À noite, depois de jantar em
uma tasca, vá
ao Bairro Alto ou às docas.
Os mais descolados devem rumar ao Bairro Alto. Lá está a danceteria Lux (www.luxfragil.com),
que tem como um de seus donos
o ator John Malkovich. Cheque a
programação no site. Para os modernos, essa é a melhor opção.
Nas docas, dezenas de bares enfileiram-se sob a ponte 25 de
Abril, à beira-rio. Danceterias de
música latina dividem espaço
com cafés que tocam jazz. "De
qualquer das formas", como dizem os lusitanos, é impossível não
se divertir na cidade.
(HELOISA LUPINACCI)
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