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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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MAPA DA LUSOFILIA

Depois da jornada pelo centro de Portugal, a capital acalenta urbanos saudosos com noite agitada

Lisboa é "grand finale" de rota campestre

ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL

Para urbanos incorrigíveis, chegar em Lisboa depois de dias percorrendo a região do centro de Portugal é quase um alívio.
Dividida em cidade alta e baixa, com um punhado de bairros históricos, Lisboa é repleta de exemplos de arquitetura de boquiabrir. Das enormes portas em Alfama, onde reinam as ladeiras tortas e os bondes, à região da praça do Comércio, fruto da reconstrução promovida pelo marquês de Pombal depois do terremoto que ocorreu no dia de Todos os Santos, 1º de novembro, de 1755, toda calculada e reta.
Para ver a cidade de cima, suba ao castelo de São Jorge de elétrico, a que aqui chamamos de bonde. A linha premiada é a 28, que passa por dentro de Alfama. Algumas ruas são tão estreitas, que só passa o bonde. No castelo, no alto, vê-se Lisboa abraçando o Tejo.
Na saída dele, há uma sorveteria. O sorvete de café vem com grãos crocantes misturados na massa. Com pouco mais de 1, toma-se uma bola do sorvete. Outro item que não deve escapar do turista atento é a água Pedras Salgadas. Com 0,60, compra-se uma garrafa pequena, de 500 ml. Ela tem gás e um gosto salgadinho, é rica em bicarbonato de sódio, que ajuda na digestão, bem-vindo no país de mesa farta.
Como um bom andejo, não deixe de ir à Antiga Confeitaria de Belém, na rua Belém, 90, e comer os famosos pastéis de belém.
Para compras, vá à rua Augusta, na cidade baixa. Há livrarias e lojas de roupas e sapatos. Nas afluentes, há mais lojas, como a pequenina luvaria que fica na subida para o bairro do Chiado.
O Chiado foi atingido por um incêndio em 1988. O fogo reduziu o interior de enormes armazéns do século 18 a cinzas. Para a reconstrução do lugar foi chamado o arquiteto Alvaro Siza Vieira, que manteve algumas fachadas originais e reconstruiu o interior dos armazéns. Um deles abriga um simpático shopping que dá de frente para o calçadão sobre o qual se esparramam mesas para tomar café. Para um brasileiro é difícil assumir isso, mas o café servido em Portugal é muito melhor do que o que tomamos aqui. Embora seja nosso: parte dele é importado do Brasil.
À noite, depois de jantar em uma tasca, vá ao Bairro Alto ou às docas.
Os mais descolados devem rumar ao Bairro Alto. Lá está a danceteria Lux (www.luxfragil.com), que tem como um de seus donos o ator John Malkovich. Cheque a programação no site. Para os modernos, essa é a melhor opção.
Nas docas, dezenas de bares enfileiram-se sob a ponte 25 de Abril, à beira-rio. Danceterias de música latina dividem espaço com cafés que tocam jazz. "De qualquer das formas", como dizem os lusitanos, é impossível não se divertir na cidade.
(HELOISA LUPINACCI)


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