|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRAÇADO PANTANEIRO
Corumbá quer virar rota de ecoturista
Cidade célebre pela pesca agora usa barcos-hotéis para atrair novo público, que busca apenas ver animais
LEONARDO WEN
ENVIADO ESPECIAL A CORUMBÁ (MS)
Corumbá não é apenas uma
cidade de passagem para quem
vai à Bolívia ou ao Peru. Tampouco se restringe ao famoso
turismo de pesca no rio Paraguai, que beira a cidade.
Roteiros de ecoturismo, ainda que incipientes, fazem da cidade um ponto estratégico para
quem deseja conhecer o Pantanal. A novidade é que tais roteiros estão sendo estruturados a
partir de barcos-hotéis.
Muito usados para a pesca,
além de servirem de base de
apoio, os barcos se embrenham
pelo rio Paraguai, descortinando o universo pantaneiro.
No barco, é possível trocar
varas por câmeras para fisgar
os melhores momentos das belas fauna e flora locais -participando de um safári atrás de ariranhas, jaguatiricas e tuiuiús-,
além de visitar atrações históricas em solo firme.
Nesse caso, conta-se com o
apoio das voadeiras que funcionam como um "táxi". Levam o
passageiro para a margem do
rio, no ponto mais próximo para tomar outra condução para
visitar fazendas, parques e as
construções históricas, como o
forte Coimbra e o forte Junqueira e a própria cidade de Corumbá, que merece atenção.
Fundada em 1778, ela é recheada de marcas históricas,
com casarões coloniais e um
traçado urbano singular. Há
também uma produção artesanal e cultural interessante.
Embarcação
Os cruzeiros fluviais são feitos em barcos simples, porém
completos. Incluem três noites
a bordo e uma em algum hotel
fazenda. Os camarotes têm ar-condicionado e banheiro. No
deque, é possível encontrar até
esteiras e bicicletas ergométricas. E não é preciso se preocupar com enjôo a bordo: o rio Paraguai é sempre calmo, ideal
para uma navegação tranqüila.
Mas, se a sua procura é por
luxo, essa não é a melhor opção.
Os barcos-hotéis apostam no
conforto, mas também na simplicidade. Os quartos são pequenos, assim como os banheiros. A água, captada do rio, apesar do tratamento básico, possui uma cor barrenta. A comida
é bem feita, mas repetitiva. E os
geradores de energia às vezes se
cansam; é normal ficar no escuro dezenas de minutos à noite.
De todos os tamanhos, os
barcos-hotéis são adaptados
para receber de duas a 80 pessoas. Como eles navegam à noite, é possível chegar em lugares
distantes um do outro em dias
consecutivos. A viagem fica
proveitosa, e os dias, intensos.
O repórter-fotográfico Leonardo Wen viajou a
convite da Ambiental Expedições
Texto Anterior: Imenso, Pantanal é vários destinos em um Próximo Texto: Veja em quais fazendas você pode se hospedar Índice
|