São Paulo, segunda, 28 de setembro de 1998

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RIO-SANTOS É FORTE
O escritor alemão Hans Staden habitou monumento de defesa em Bertioga
Europeus construíram fortalezas

especial para a Folha

Quando os europeus chegavam ao Brasil, um dos primeiros passos era construir uma paliçada para a defesa contra os índios. Com o tempo, essa fortificação poderia ser reforçada com terra ou com pedra, já que, além dos nativos, era preciso se defender de outros europeus e sua artilharia.
Franceses, ingleses, espanhóis, holandeses e portugueses criaram esse tipo de defesa no Brasil.
Em uma das mais antigas obras de defesa, em Bertioga, no litoral paulista, chegou a morar um alemão, Hans Staden, autor de um importante relato sobre a sociedade indígena.
O forte de São João da Bertioga foi erguido em 1510 como uma paliçada, reconstruída em 1547 e destruída em 1550 pelos índios tamoios. Foi reconstruído em 1557 e em 1710. Sua forma atual data da reconstrução de 1817, quando era armado com nove canhões. A função do forte era impedir o acesso a Santos através do canal de Bertioga -a princípio a ameaça era principalmente de índios.
O pequeno museu dentro do forte continua fechado, em obras de restauro do patrimônio histórico que já duram mais de ano. Mas o lado de fora pode ser observado da praia, de onde se pode ter uma idéia do seu papel tático.
De maior porte é a fortaleza da Barra Grande ou de Santo Amaro, no Guarujá. Foi construída na ilha de Santo Amaro, na principal entrada do porto de Santos, em 1585, e reconstruída em 1723-1725. Em 1770 era equipada com 28 canhões.
Todo navio que entra em Santos passa perto desse forte, hoje pertencente ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Para chegar a ele, bastam quatro minutos a bordo de um barco da UniSantos que sai do píer em frente ao Clube de Regatas Saldanha da Gama. Por terra, a partir do Guarujá, o acesso é por uma estrada asfaltada de seis quilômetros que começa na praia do Tombo.
De modo geral, a defesa de Santos colonial era feita por duplas de fortes em cada lado do canal marítimo. Barra Grande "cruzava fogo" com o forte Augusto, onde hoje está o museu de Pesca.
A defesa de Santos também incluía, mais para dentro da baía, na ilha de Santo Amaro, a fortaleza de Itapema. Sua função era proteger diretamente o porto. Foi construída no século 16 e reconstruída no século 18. Em 1770 tinha oito canhões. Está hoje em péssimo estado. (RICARDO BONALUME NETO)



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