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RIO-SANTOS É FORTE
O escritor alemão Hans Staden habitou monumento de defesa em Bertioga
Europeus construíram fortalezas
especial para a Folha
Quando os europeus chegavam
ao Brasil, um dos primeiros passos
era construir uma paliçada para a
defesa contra os índios. Com o
tempo, essa fortificação poderia
ser reforçada com terra ou com pedra, já que, além dos nativos, era
preciso se defender de outros europeus e sua artilharia.
Franceses, ingleses, espanhóis,
holandeses e portugueses criaram
esse tipo de defesa no Brasil.
Em uma das mais antigas obras
de defesa, em Bertioga, no litoral
paulista, chegou a morar um alemão, Hans Staden, autor de um
importante relato sobre a sociedade indígena.
O forte de São João da Bertioga
foi erguido em 1510 como uma paliçada, reconstruída em 1547 e destruída em 1550 pelos índios tamoios. Foi reconstruído em 1557 e
em 1710. Sua forma atual data da
reconstrução de 1817, quando era
armado com nove canhões. A função do forte era impedir o acesso a
Santos através do canal de Bertioga
-a princípio a ameaça era principalmente de índios.
O pequeno museu dentro do forte continua fechado, em obras de
restauro do patrimônio histórico
que já duram mais de ano. Mas o
lado de fora pode ser observado da
praia, de onde se pode ter uma
idéia do seu papel tático.
De maior porte é a fortaleza da
Barra Grande ou de Santo Amaro,
no Guarujá. Foi construída na ilha
de Santo Amaro, na principal entrada do porto de Santos, em 1585,
e reconstruída em 1723-1725. Em
1770 era equipada com 28 canhões.
Todo navio que entra em Santos
passa perto desse forte, hoje pertencente ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Para chegar a ele, bastam quatro
minutos a bordo de um barco da
UniSantos que sai do píer em frente ao Clube de Regatas Saldanha da
Gama. Por terra, a partir do Guarujá, o acesso é por uma estrada asfaltada de seis quilômetros que começa na praia do Tombo.
De modo geral, a defesa de Santos colonial era feita por duplas de
fortes em cada lado do canal marítimo. Barra Grande "cruzava fogo"
com o forte Augusto, onde hoje está o museu de Pesca.
A defesa de Santos também incluía, mais para dentro da baía, na
ilha de Santo Amaro, a fortaleza de
Itapema. Sua função era proteger
diretamente o porto. Foi construída no século 16 e reconstruída no
século 18. Em 1770 tinha oito canhões. Está hoje em péssimo estado.
(RICARDO BONALUME NETO)
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