São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2001

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PATAGÔNIA ARGENTINA
Cidade é a mais meridional existente no planeta
Ushuaia quer ser o Rio do fim do mundo

DA ENVIADA ESPECIAL À PATAGÔNIA

"Nós somos o Rio de Janeiro do fim do mundo." Assim os guias de turismo dão as boas-vindas aos turistas que chegam a Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo e cidade mais meridional do planeta -o "fim do mundo" (latitude 56 Sul).
Incrustada no canal Beagle, a paisagem da cidade é uma combinação de montanhas, mar e bosques. Mesmo no verão, os picos das montanhas (Montes Martial) estão cobertos de neve e a temperatura não passa dos 15C. Mas há sol por 18 a 19 horas diariamente.
O nome da cidade tem origem indígena e quer dizer "baía que avança sobre o poente".
"Mais uma coincidência com o Rio, que tem a baía de Guanabara. Lá como cá a baía é visitada por navios e transatlânticos do mundo inteiro", ensina o panfleto turístico distribuído pela secretaria de turismo local.
É da baía de Ushuaia que parte a maioria das excursões para contemplação da fauna que habita as ilhas próximas ao continente. Lobo-marinho, pinguim, cormorão (ave marinha) e albatroz. Com sorte, é também possível avistar uma baleia franca austral voltando do norte, depois do período de reprodução.
A baía de Ushuaia faz parte também da rota de vários cruzeiros de transatlânticos.
Mas, se os europeus já descobriram a cidade, os brasileiros, não.
Dos cerca de 50 mil turistas que visitaram o "fim do mundo" na alta temporada do ano passado (de outubro de 1999 até março de 2000), menos de 3% eram brasileiros. Do total, 30% eram turistas europeus.
"Estamos investindo em guias que falam português e em propaganda. Não sei que idéia os brasileiros fazem de Ushuaia, do fim do mundo, mas eles precisam saber que oferecemos vários tipos de turismo: de aventura, ecológico, de inverno e até a pitoresca idéia de que aqui é o fim do mundo", disse Jorge Garramuño, prefeito da cidade.
Fazem parte da lista do prefeito o Parque Nacional Tierra del Fuego, os centros de inverno e esqui, o passeio do Trem do Fim do Mundo e a fauna da região.
Segundo Garramuño, no Parque Nacional Tierra del Fuego, que está dentro de uma reserva ecológica, é possível acampar, fazer trekking e mountain bike -sempre, é claro, com autorização formal.
Em relação aos centros de esqui, a menina-dos-olhos do prefeito é o recém-inaugurado Cerro Castor, onde foram investidos US$ 13 milhões. A 20 km do centro de Ushuaia, o local é caracterizado pela modernidade, começando pelos equipamentos que são alugados, tudo novíssimo e de última geração, até as cabines do teleférico que levam os esquiadores ao início das pistas.
Para que o centro não fique inativo durante o verão, já existe um projeto de turismo de aventura sendo desenvolvido.
Para os turistas mais tradicionais, uma visita ao museu histórico da cidade, que funciona em um presídio desativado, é imperdível. (MARÍLIA RUIZ)



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