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PATAGÔNIA ARGENTINA
Cidade é a mais meridional existente no planeta
Ushuaia quer ser o Rio do fim do mundo
DA ENVIADA ESPECIAL À PATAGÔNIA
"Nós somos o Rio de Janeiro do
fim do mundo." Assim os guias
de turismo dão as boas-vindas
aos turistas que chegam a Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo e cidade mais meridional do planeta -o "fim do mundo" (latitude 56 Sul).
Incrustada no canal Beagle, a
paisagem da cidade é uma combinação de montanhas, mar e bosques. Mesmo no verão, os picos
das montanhas (Montes Martial)
estão cobertos de neve e a temperatura não passa dos 15C. Mas há
sol por 18 a 19 horas diariamente.
O nome da cidade tem origem
indígena e quer dizer "baía que
avança sobre o poente".
"Mais uma coincidência com o
Rio, que tem a baía de Guanabara.
Lá como cá a baía é visitada por
navios e transatlânticos do mundo inteiro", ensina o panfleto turístico distribuído pela secretaria
de turismo local.
É da baía de Ushuaia que parte a
maioria das excursões para contemplação da fauna que habita as
ilhas próximas ao continente. Lobo-marinho, pinguim, cormorão
(ave marinha) e albatroz. Com
sorte, é também possível avistar
uma baleia franca austral voltando do norte, depois do período de
reprodução.
A baía de Ushuaia faz parte
também da rota de vários cruzeiros de transatlânticos.
Mas, se os europeus já descobriram a cidade, os brasileiros, não.
Dos cerca de 50 mil turistas que
visitaram o "fim do mundo" na
alta temporada do ano passado
(de outubro de 1999 até março de
2000), menos de 3% eram brasileiros. Do total, 30% eram turistas
europeus.
"Estamos investindo em guias
que falam português e em propaganda. Não sei que idéia os brasileiros fazem de Ushuaia, do fim
do mundo, mas eles precisam saber que oferecemos vários tipos
de turismo: de aventura, ecológico, de inverno e até a pitoresca
idéia de que aqui é o fim do mundo", disse Jorge Garramuño, prefeito da cidade.
Fazem parte da lista do prefeito
o Parque Nacional Tierra del Fuego, os centros de inverno e esqui,
o passeio do Trem do Fim do
Mundo e a fauna da região.
Segundo Garramuño, no Parque Nacional Tierra del Fuego,
que está dentro de uma reserva
ecológica, é possível acampar, fazer trekking e mountain bike
-sempre, é claro, com autorização formal.
Em relação aos centros de esqui,
a menina-dos-olhos do prefeito é
o recém-inaugurado Cerro Castor, onde foram investidos US$ 13
milhões. A 20 km do centro de
Ushuaia, o local é caracterizado
pela modernidade, começando
pelos equipamentos que são alugados, tudo novíssimo e de última
geração, até as cabines do teleférico que levam os esquiadores ao
início das pistas.
Para que o centro não fique inativo durante o verão, já existe um
projeto de turismo de aventura
sendo desenvolvido.
Para os turistas mais tradicionais, uma visita ao museu histórico da cidade, que funciona em um
presídio desativado, é imperdível.
(MARÍLIA RUIZ)
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