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Política é assunto complicado no país
PAULO DANIEL FARAH
da Redação
A Turquia tem relações conturbadas com seus vizinhos, e a política interna, em especial a questão
dos curdos, é bastante delicada.
Convém evitar comentários sobre
esses assuntos.
Os curdos são descendentes de
indo-europeus e falam uma língua
semelhante ao persa. Após a derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, reivindicaram um Estado próprio (e continuam reivindicando). Mas, devido aos acordos que desenharam o
mapa do mundo neste século, vivem na Turquia (cerca de 14 milhões), no Iraque, no Irã, na Síria e
em países da antiga URSS.
A forma como são tratados é
constantemente criticada pela
União Européia. Um relatório recente condena "a queima de cidades e a expulsão de seus habitantes
pelas Forças Armadas turcas" e
pede uma solução pacífica para o
conflito armado, que provocou a
morte de mais de 28 mil pessoas.
As revistas a carros e ônibus, em
busca de armas e drogas, são muito frequentes no sudeste do país,
onde vive a maioria dos curdos.
As relações entre a Turquia e a
Grécia são bastante tensas por
causa de Chipre, ilha onde vivem
cipriotas turcos (muçulmanos) e
cipriotas gregos (cristãos), que
compõem cerca de 80% da população. Em 1960, foi estabelecida a
República do Chipre, com relativa
soberania para as duas comunidades. Desde 1974, no entanto, os
turcos dominam o norte, onde
mantêm 30 mil soldados.
O governo cipriota, que controla
o sul do país, é de etnia grega, mas
há uma República Turca do Norte
de Chipre, não reconhecida e com
fronteira vigiada pela ONU.
Entre esses dois países, também
existem problemas relativos à jurisdição sobre o mar Egeu e à demarcação de seu espaço aéreo.
Acusações mútuas de tentativa de
expansão territorial e de discriminação são constantes.
A água, escassa na região, é fonte
de animosidade entre Turquia, Síria e Iraque, que divergem sobre o
uso dos rios Eufrates e Tigre.
Uma disputa histórica marca a
relação entre a Turquia e a Síria.
Antakya (Antioquia, onde pela
primeira vez foi usado o termo
"cristão") e Iskandarun (Alexandretta), fundada por Alexandre o
Grande, pertenciam à Síria e foram integradas à Turquia em 1939.
A região aparece nos mapas turísticos sírios demarcada por "fronteiras temporárias".
Nas praias dessa Província, há
algumas áreas militares não sinalizadas. Recomeda-se confirmar
que o acesso não é restrito.
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