São Paulo, segunda, 29 de junho de 1998

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Política é assunto complicado no país

PAULO DANIEL FARAH
da Redação

A Turquia tem relações conturbadas com seus vizinhos, e a política interna, em especial a questão dos curdos, é bastante delicada. Convém evitar comentários sobre esses assuntos.
Os curdos são descendentes de indo-europeus e falam uma língua semelhante ao persa. Após a derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, reivindicaram um Estado próprio (e continuam reivindicando). Mas, devido aos acordos que desenharam o mapa do mundo neste século, vivem na Turquia (cerca de 14 milhões), no Iraque, no Irã, na Síria e em países da antiga URSS.
A forma como são tratados é constantemente criticada pela União Européia. Um relatório recente condena "a queima de cidades e a expulsão de seus habitantes pelas Forças Armadas turcas" e pede uma solução pacífica para o conflito armado, que provocou a morte de mais de 28 mil pessoas.
As revistas a carros e ônibus, em busca de armas e drogas, são muito frequentes no sudeste do país, onde vive a maioria dos curdos.
As relações entre a Turquia e a Grécia são bastante tensas por causa de Chipre, ilha onde vivem cipriotas turcos (muçulmanos) e cipriotas gregos (cristãos), que compõem cerca de 80% da população. Em 1960, foi estabelecida a República do Chipre, com relativa soberania para as duas comunidades. Desde 1974, no entanto, os turcos dominam o norte, onde mantêm 30 mil soldados.
O governo cipriota, que controla o sul do país, é de etnia grega, mas há uma República Turca do Norte de Chipre, não reconhecida e com fronteira vigiada pela ONU.
Entre esses dois países, também existem problemas relativos à jurisdição sobre o mar Egeu e à demarcação de seu espaço aéreo. Acusações mútuas de tentativa de expansão territorial e de discriminação são constantes.
A água, escassa na região, é fonte de animosidade entre Turquia, Síria e Iraque, que divergem sobre o uso dos rios Eufrates e Tigre.
Uma disputa histórica marca a relação entre a Turquia e a Síria. Antakya (Antioquia, onde pela primeira vez foi usado o termo "cristão") e Iskandarun (Alexandretta), fundada por Alexandre o Grande, pertenciam à Síria e foram integradas à Turquia em 1939. A região aparece nos mapas turísticos sírios demarcada por "fronteiras temporárias".
Nas praias dessa Província, há algumas áreas militares não sinalizadas. Recomeda-se confirmar que o acesso não é restrito.



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