São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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Achar peças raras na rua não espanta

DO ENVIADO ESPECIAL

Quando os órgãos públicos em Mérida decidem cavar algum buraco na rua, precisam levar um arqueólogo a tiracolo. O motivo é simples: o solo da cidade é rico em artefatos da era romana.
Um bom exemplo aconteceu há algumas semanas, em uma região próxima ao teatro e ao anfiteatro romanos. Trabalhadores cavavam uma trincheira na rua Sagasta, na região central, para colocar tubulações de gás. Toparam com dois belos mosaicos romanos em excelente estado de conservação.
Segundo o arqueólogo Pedro Dámaso, os dois trabalhos correspondem a dois cômodos distintos de uma casa romana.
Quem quiser ver mosaicos completos pode visitar a Casa del Mitreo, uma habitação do século 2º com vários cômodos, cada qual com cenas e padrões distintos no chão. Ali perto estão restos de termas romanas, outro local clássico da vida social romana.
Em outros pontos da cidade os proprietários de imóveis que toparam com achados arqueológicos tiveram que se adaptar à descoberta. Por exemplo, em um bar próximo da alcáçova foi instalado um piso de vidro para que se possa observar as estruturas abaixo.
O próprio subsolo do Museu Nacional de Arte Romana de Mérida tem também estruturas e pinturas antigas preservadas. O museu tem uma rica coleção de mosaicos e estátuas, além de peças menores do cotidiano romano, como pratos, copos e objetos domésticos variados.
Em Emérita Augusta é possível ver aspectos até prosaicos do dia-a-dia da sociedade romana. Por exemplo, existe uma fileira de antigos vasos sanitários perto do teatro, nos quais as pessoas se sentavam lado a lado.
O ato de defecar fazia parte da vida social, e um cidadão romano não via nada de errado em fazê-lo ao lado de um amigo. (RBN)


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