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Achar peças raras na rua não espanta
DO ENVIADO ESPECIAL
Quando os órgãos públicos em
Mérida decidem cavar algum buraco na rua, precisam levar um arqueólogo a tiracolo. O motivo é
simples: o solo da cidade é rico em
artefatos da era romana.
Um bom exemplo aconteceu há
algumas semanas, em uma região
próxima ao teatro e ao anfiteatro
romanos. Trabalhadores cavavam uma trincheira na rua Sagasta, na região central, para colocar
tubulações de gás. Toparam com
dois belos mosaicos romanos em
excelente estado de conservação.
Segundo o arqueólogo Pedro
Dámaso, os dois trabalhos correspondem a dois cômodos distintos
de uma casa romana.
Quem quiser ver mosaicos
completos pode visitar a Casa del
Mitreo, uma habitação do século
2º com vários cômodos, cada qual
com cenas e padrões distintos no
chão. Ali perto estão restos de termas romanas, outro local clássico
da vida social romana.
Em outros pontos da cidade os
proprietários de imóveis que toparam com achados arqueológicos tiveram que se adaptar à descoberta. Por exemplo, em um bar
próximo da alcáçova foi instalado
um piso de vidro para que se possa observar as estruturas abaixo.
O próprio subsolo do Museu
Nacional de Arte Romana de Mérida tem também estruturas e
pinturas antigas preservadas. O
museu tem uma rica coleção de
mosaicos e estátuas, além de peças menores do cotidiano romano, como pratos, copos e objetos
domésticos variados.
Em Emérita Augusta é possível
ver aspectos até prosaicos do dia-a-dia da sociedade romana. Por
exemplo, existe uma fileira de antigos vasos sanitários perto do
teatro, nos quais as pessoas se
sentavam lado a lado.
O ato de defecar fazia parte da
vida social, e um cidadão romano
não via nada de errado em fazê-lo
ao lado de um amigo.
(RBN)
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