São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Siga os passos de Carlos 5º na região

DO ENVIADO ESPECIAL

Os americanos costumam brincar que qualquer hotelzinho ou taberna perdido nos cafundós dos EUA tem uma plaquinha informando que "George Washington dormiu aqui". Os equivalentes espanhóis certamente seriam o imperador Carlos 5º (1500-1558), um dos mais poderosos monarcas de todos os tempos, ou seu filho Felipe 2º (1527-1598), que também governou Brasil e Portugal. Esse foi o período que na Espanha é conhecido como o "siglo de oro", ou século de ouro.
Pois a Extremadura pode se gabar de ter de fato lugares onde Carlos 5º esteve. Por exemplo, ele rezou na igreja de San Martín, em Trujillo, antes de seu casamento com a princesa Isabel de Portugal.
Carlos 5º foi rei da Espanha e também imperador do Sacro Império Romano. Isso fez com que ele governasse uma quantidade inédita de territórios na Europa, que incluía os Países Baixos, partes da Alemanha e da Itália e a Espanha, com suas colônias nas Américas e em outros pontos do globo. Carlos 5º foi o primeiro de quem se disse que o Sol nunca se punha em seus domínios.
Mas o lugar mais interessante onde esteve o rei foi o mosteiro de Yuste, em Cuacos de Yuste (Província de Cáceres), para onde se retirou e onde morreu.
Ele era extremamente devoto, tanto que passou boa parte de seu reino lutando contra os infiéis muçulmanos e os hereges protestantes. Em Yuste ele dormia em um quarto colado à igreja do mosteiro. Doente, para não sair do quarto, mandou abrir uma porta na parede, de onde poderia assistir à missa deitado.
Carlos também era devotado à mulher, a portuguesa Isabel. Um retrato dela no mosteiro tinha uma cortina, pois o ciumento rei não queria que outros olhassem para ela. Graças a esse casamento, seu filho Felipe 2º pôde se candidatar ao trono português quando este ficou vago em 1580, inaugurando o período de união das duas Coroas, que durou até 1640.
Quem quiser afirmar que dormiu no mesmo local que o rei pode se hospedar no Parador de Jarandilla de la Vera, um palácio medieval onde ele morou antes de ir a Yuste. O pátio é particularmente agradável, com um espelho-d'água de cor verde e uma onipresente fonte. (RBN)


Texto Anterior: Esculturas satirizam religiosos em Plasencia
Próximo Texto: Cáceres dispensa rigidez em visita a pé
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.