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Complexo com museu e igreja contém relíquias que expõem a riqueza do mais completo acervo colonial mexicano
Arte religiosa brilha em Tepotzotlán
DA ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO
Uma boa amostra do que foi o
fausto do período colonial mexicano, especialmente com relação
à arquitetura e aos objetos religiosos, pode ser conhecida a apenas
44 km da Cidade do México.
Tepotzotlán -não confundir
com Tepoztlán, no Estado de Morelos-, pequena cidade ao norte
da capital, hospeda o Museo Nacional del Virreinato, que, além de
ter o mais completo acervo de arte
colonial do país, forma um complexo com a rica igreja de San
Francisco Javier, de 1670.
A visita pode começar pela igreja, à direita da entrada do museu
(ingresso a 30 pesos, cerca de US$
3). O atrativo mais difundido são
os retábulos, no estilo churrigueresco, caracterizados pelas pilastras e pela abundância de curvas,
flores, folhas de acanto, romãs e
anjos. Mas o que realmente impressiona está escondido: o Camarín de la Virgen de Loreto,
uma capela octogonal com decoração dourada, tão detalhada que
até foi colocado um espelho em
seu centro, para facilitar a observação das figuras do alto.
Essa verdadeira relíquia fica
atrás da Casa de Loreto, uma suposta réplica da casa da Virgem
de Nazaré, que teria sido levada
por anjos a Loreto, na Itália,
quando os muçulmanos invadiram a Terra Santa. Essa "ante-sala" tem um altar bonito, mas que
perde até a graça se comparado ao
Camarín.
O museu, um ex-colégio jesuíta
dos séculos 17 e 18, articula-se em
volta do pátio de entrada (Claustro de los Aljibes -"das cisternas", por causa dos dois poços).
Para percorrer bem suas muitas
salas, é bom dispor de um dia.
Certos pontos, porém, são imperdíveis, mesmo sem tanto tempo.
Não deixe de visitar a Capilla
Doméstica, lugar de oração que
era usado pelos internos do colégio, ornada com muito ouro, imagens e peculiares espelhinhos.
Ainda no piso térreo, há uma
sala dedicada à estatuária de marfim. Repare que as estátuas têm
traços asiáticos, e não é à toa: muitas peças de culto vieram das Filipinas, o que explica o material e a
aparência, no mítico Galeón de
Manila, navio que transportava
objetos do Oriente às famílias endinheiradas da Nova Espanha.
No pavimento superior, outro
aspecto típico da arte sacra mexicana tem ala própria: são as virgens coroadas, como se convencionou chamar os quadros de
santas portando enfeites floridos.
Para descansar a cabeça de tanta
informação, não poderia faltar
um jardim -alcance-o passando
o Claustro de los Naranjos (laranjeiras). O que antes era um pomar, hoje oferece tanto sombras
como um amplo gramado.
(FRANCESCA ANGIOLILLO)
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