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DE VENTO EM POPA
Refrigerante e cerveja custam metade do valor praticado em outros navios, mas cruzeiro é mais caro
Blue Dream gaba-se pelo preço das bebidas
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
ENVIADO ESPECIAL À COSTA BRASILEIRA
Mais novo e mais luxuoso transatlântico a circular pela costa
brasileira nesta temporada, o R-5
Blue Dream destaca-se pelo conforto das cabines e pelo preço das
bebidas, as quais nunca estão incluídas nos valores dos cruzeiros.
Quinto navio de um lote de oito
construídos para a americana Renaissance Cruises, que faliu após
o 11 de Setembro, o R-5 Blue
Dream, ao lado do R-6, foi adquirido pela operadora espanhola
Pullmantur e está no Brasil graças
à CVC, que desembolsou R$ 6 milhões para trazê-lo e mantê-lo na
costa nacional até fevereiro.
Ao todo, o navio, que possui 11
deques, quatro restaurantes e sete
bares, tem 349 cabines e pode navegar com até 824 passageiros.
Além de 70% das cabines terem
varandas e 92% apresentarem vista para o mar, o R-5 Blue Dream
oferece cinco opções de quartos,
com destaque para os das categorias C e D, com 20 m2, as minissuítes (B), com 25 m2, e as suítes, com
56 m2 -as menores cabines, com
escotilhas, têm 15 m2.
"É um dos melhores quartos em
que já fiquei, bastante cômodo,
parece até o de um hotel", diz o
administrador de empresas Ricardo Pinheiro Borges, que viajou
no cruzeiro inaugural do navio no
Brasil com a mulher, Veruska, e as
duas filhas, Mariana e Beatriz.
Se as acomodações surpreendem, o transatlântico tem uma
tripulação de 373 pessoas, o que
representa quase um tripulante
para cada dois passageiros. E,
mais, 30% deles são brasileiros.
"É interessante ter brasileiros,
pois, além de a comunicação se
tornar mais acessível, apesar de a
maioria compreender também o
espanhol, estamos gerando empregos [110 diretos]", diz Guilherme Paulus, presidente da CVC.
Outro ponto que agrada aos
passageiros é o preço das bebidas,
que custam ao menos a metade
do valor praticado em cruzeiros,
especialmente os refrigerantes
(US$ 1) e as cervejas (US$ 1,30 a
nacional e US$ 1,50 a importada).
O luxo e os benefícios do R-5
Blue Dream, porém, representam
cerca de 20% a mais no valor de
mercado do pacote, que pode custar de US$ 600 a US$ 3.400, dependendo do roteiro, do número
de dias e do período do cruzeiro.
Além do preço, outro desafio a
ser enfrentado pelo Blue Dream
para enfrentar a concorrência é
superar as falhas no serviço, já
que parte da tripulação cumpre
sua primeira jornada no mar.
"O primeiro cruzeiro [de Recife
a Fernando de Noronha, no início
de dezembro] falhou. De 0 a 10,
dou 7", afirma Alfonso Lopez, diretor-geral da Pullmantur.
Alegando falhas mínimas, como atraso nos pedidos de bebidas, Lopez disse que sua nota está
acima da média apresentada em
cruzeiros inaugurais na Europa.
Para evitar a repetição dos problemas e assegurar que a logística
seja cumprida, a CVC levou ao R-5 um representante, Francisco
Múrmura, que há 17 anos atua em
cruzeiros e, como relações-públicas, coleta reclamações e sugestões dos passageiros.
Com 80% de seus pacotes vendidos, o navio ainda tem cruzeiros programados por Salvador e
Ilhéus, na Bahia, Santos e Ilhabela, em São Paulo, e Búzios, no Rio.
"A idéia é trazer o Blue Dream
para o Brasil todo verão", diz Rodolfo Szabo, diretor de cruzeiros
da CVC, confirmando que o navio volta no final de 2004.
Cristiano Cipriano Pombo viajou a
convite da CVC.
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