UOL


São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

Próximo Texto | Índice

DE VENTO EM POPA

Refrigerante e cerveja custam metade do valor praticado em outros navios, mas cruzeiro é mais caro

Blue Dream gaba-se pelo preço das bebidas

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
ENVIADO ESPECIAL À COSTA BRASILEIRA

Mais novo e mais luxuoso transatlântico a circular pela costa brasileira nesta temporada, o R-5 Blue Dream destaca-se pelo conforto das cabines e pelo preço das bebidas, as quais nunca estão incluídas nos valores dos cruzeiros.
Quinto navio de um lote de oito construídos para a americana Renaissance Cruises, que faliu após o 11 de Setembro, o R-5 Blue Dream, ao lado do R-6, foi adquirido pela operadora espanhola Pullmantur e está no Brasil graças à CVC, que desembolsou R$ 6 milhões para trazê-lo e mantê-lo na costa nacional até fevereiro.
Ao todo, o navio, que possui 11 deques, quatro restaurantes e sete bares, tem 349 cabines e pode navegar com até 824 passageiros.
Além de 70% das cabines terem varandas e 92% apresentarem vista para o mar, o R-5 Blue Dream oferece cinco opções de quartos, com destaque para os das categorias C e D, com 20 m2, as minissuítes (B), com 25 m2, e as suítes, com 56 m2 -as menores cabines, com escotilhas, têm 15 m2.
"É um dos melhores quartos em que já fiquei, bastante cômodo, parece até o de um hotel", diz o administrador de empresas Ricardo Pinheiro Borges, que viajou no cruzeiro inaugural do navio no Brasil com a mulher, Veruska, e as duas filhas, Mariana e Beatriz.
Se as acomodações surpreendem, o transatlântico tem uma tripulação de 373 pessoas, o que representa quase um tripulante para cada dois passageiros. E, mais, 30% deles são brasileiros.
"É interessante ter brasileiros, pois, além de a comunicação se tornar mais acessível, apesar de a maioria compreender também o espanhol, estamos gerando empregos [110 diretos]", diz Guilherme Paulus, presidente da CVC.
Outro ponto que agrada aos passageiros é o preço das bebidas, que custam ao menos a metade do valor praticado em cruzeiros, especialmente os refrigerantes (US$ 1) e as cervejas (US$ 1,30 a nacional e US$ 1,50 a importada).
O luxo e os benefícios do R-5 Blue Dream, porém, representam cerca de 20% a mais no valor de mercado do pacote, que pode custar de US$ 600 a US$ 3.400, dependendo do roteiro, do número de dias e do período do cruzeiro.
Além do preço, outro desafio a ser enfrentado pelo Blue Dream para enfrentar a concorrência é superar as falhas no serviço, já que parte da tripulação cumpre sua primeira jornada no mar.
"O primeiro cruzeiro [de Recife a Fernando de Noronha, no início de dezembro] falhou. De 0 a 10, dou 7", afirma Alfonso Lopez, diretor-geral da Pullmantur.
Alegando falhas mínimas, como atraso nos pedidos de bebidas, Lopez disse que sua nota está acima da média apresentada em cruzeiros inaugurais na Europa.
Para evitar a repetição dos problemas e assegurar que a logística seja cumprida, a CVC levou ao R-5 um representante, Francisco Múrmura, que há 17 anos atua em cruzeiros e, como relações-públicas, coleta reclamações e sugestões dos passageiros.
Com 80% de seus pacotes vendidos, o navio ainda tem cruzeiros programados por Salvador e Ilhéus, na Bahia, Santos e Ilhabela, em São Paulo, e Búzios, no Rio.
"A idéia é trazer o Blue Dream para o Brasil todo verão", diz Rodolfo Szabo, diretor de cruzeiros da CVC, confirmando que o navio volta no final de 2004.


Cristiano Cipriano Pombo viajou a convite da CVC.


Próximo Texto: Piscina e restaurante lotam no Island Escape
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.