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Mina desativada tira o fôlego do visitante
em Minas Gerais
O carrinho enferrujado que leva
os turistas ao interior da mina de
Passagem de Mariana (um lugarejo entre Ouro Preto e Mariana)
lembra os veículos utilizados pelos
sete anões da Branca de Neve.
Muitas vezes os turistas embarcam sem saber que o carro, preso a
um cabo, é movimentado por um
guincho fabricado em 1897.
Apesar de antigo, é seguro. "Ele é
feito de peças fundidas que duram
muito", informa o gerente da mina, Elton Ferreira, garantindo que
o guincho passa constantemente
por manutenção.
Na medida em que o carrinho
avança rumo ao interior da terra, a
temperatura vai diminuindo e o ar
fica mais úmido. De repente, você
se vê no meio de uma caverna escura, repleta de entradas escavadas -como os tetos não desabaram?- e imagina como um minerador pode ficar dentro daquele
ambiente muitas horas por dia.
Aí é que está: não aguenta. Esses
profissionais se aposentam depois
de 15 anos de trabalho e normalmente adquirem silicose, uma
obstrução de pulmão causada pela
aspiração em excesso de sílica
(uma substância existente na crosta terrestre).
Para uma visita de menos de
uma hora, porém, a mina não provoca nenhum mal. O guia explora
os inúmeros corredores com os
turistas e fornece explicações.
"Olha, ainda há ouro aqui",
mostra um dos turistas com entusiasmo. "Essa substância se chama
ouro de tolo", explica o guia, decepcionando o comentarista e
roubando risos dos demais. Segundo ele, o verdadeiro ouro é
fosco e só brilha depois de tratado.
História
A mina de Passagem de Mariana
foi explorada entre os anos de 1719
e 1986. O comprimento do local, se
fosse em linha reta, é de 60 km, e a
mina já rendeu 35 toneladas de
ouro a ingleses e portugueses.
Hoje ela ainda possui o metal,
mas está desativada porque o método de extração desenvolvido ali
é tão ultrapassado que geraria
mais prejuízo do que lucro.
"Mas pretendemos reativar a
produção de ouro", diz Ferreira.
A mina deve comprar um maquinário mais moderno para a exploração do metal após a conclusão das pesquisas que estão sendo
desenvolvidas por uma empresa
canadense desde 1996.
Mas a reativação da produção
não deve fechar a entrada da "caverna" aos turistas.
Além de aprender um pouco sobre o metal que foi um dos produtos mais importantes do Brasil na
era colonial, o visitante ainda pode nadar no cristalino lago existente ali dentro. Mas cuidado para
não bater a cabeça nas rochas em
seu redor. A luz ambiente não é
tão clara quanto a água.
Se isso acontecer, reze para santa
Bárbara, protetora dos mineiros,
cuja imagem só foi posta no interior da mina depois da desativação. Antes disso, era proibida a
entrada de mulheres, padres e
imagens santas para não atrapalhar os trabalhadores.
Se você terminar sua visita na
hora do almoço, não deixe de comer no restaurante que fica na recepção. O bufê custa R$ 10 por
pessoa, com direito a se servir à
vontade e apreciar a saborosa comida mineira. Para grupos, o preço deve ser negociado.
(MV)
Mina de Ouro da Passagem de Mariana: r. Eugênio Eduardo Rapallo, 192, Mariana, tel. (031) 557-5000. Aberta de segunda a domingo, das 9h às 17h30. Ingressos: R$ 15, adultos, e R$ 12, crianças
de 7 a 12 anos
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