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"UK RULES OK"
Herança cultural de Virginia Woolf guia passeios pela cidade
Dá para conhecer Londres seguindo rotas mencionadas em livros ou pelos endereços onde autora morou
MARINA DELLA VALLE
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES
Londres permeia a obra de
Virgina Woolf (1822-1941) assim como Dublin é cenário
constante nos livros de James
Joyce (1882-1941), e Paris, nos
de Marcel Proust (1871-1922).
Buscar inspiração nos livros,
diários e na vida da escritora é
uma maneira diferente de conhecer a cidade que ela tanto
gostava 68 anos após sua morte, em 1941.
A autora, que escreveu a uma
amiga que sua paixão por essa
"grande cidade" era "seu único
patriotismo", preferia se movimentar por Londres a pé, explorando o verde dos abundantes parques e praças.
Nesta época do ano, primavera, os passeios pelas áreas verdes são brindados por uma explosão de cores e movimento,
árvores verdes, jardins floridos
e muita gente aproveitando o
sol da que começa a se firmar.
Os assentos do piso superior
dos célebres ônibus de dois andares ("double deckers") era
outra preferência da escritora
para seus passeios por Londres.
O sistema de metrô era utilizado apenas quando a pressa fazia
sua rapidez uma necessidade.
Casas e rotas
Woolf nasceu ao lado de Kensington Gardens, charmoso
parque adjacente ao Hyde
Park, onde viveu até os 22 anos.
Após a morte de seu pai, em
1904, Woolf e seus irmãos se
mudaram para a região de
Bloosmbury, na época menos
respeitável que o afluente bairro de Kensington.
Bloomsbury batizou o famoso grupo de escritores, pintores
e intelectuais que se reunia em
suas praças e casas vitorianas,
que incluía, além de Woolf, sua
irmã, Vanessa Bell, E.M. Foster, Katherine Mansfield e Máximo Gorky, para lembrar de
alguns poucos.
Nessa área de Londres,
Woolf viveu em vários endereços, até que uma bomba destruiu seu último teto na cidade,
no número 37 da Mecklenburg
square, perto de Russel square,
em 1940.
Perto da casa que dividia com
o marido Leonard em Sussex
(www.nationaltrust.org.uk/main/w-monkshouse), hoje
outro ponto de visitação para
fãs da autora, fica o rio Ouse,
onde Woolf morreu afogada
após encher os bolsos do casaco com pedras e afundar na
água gelada.
Aficionados disputam qual
obra de Woolf é seu "livro de
Londres", com "Mrs. Dalloway" (ed. Nova Fronteira, tradução de Mario Quintana) e
"Os Anos" (ed. Nova Fronteira,
tradução de Raul de Sá Barbosa) entre como os principais
concorrentes.
Quem gostaria de seguir os
passos dos personagens de
"Mrs. Dalloway" encontra um
roteiro detalhado, em inglês,
no site da Sociedade Virginia
Woolf da Grã-Bretanha
(www.virginiawoolfsociety.co.uk)
Mas é "Cenas Londrinas"
(José Olympio, 2006, tradução
de Myriam Campelo), livro
curto e charmoso com cinco
narrativas, escritas entre 1931 e
1932, comentando passeios pela cidade -além de um retrato
literário de uma londrina típica
fictícia -que guia parte dos
passeios por Londres sugeridos
nesta e nas próximas duas páginas desta edição.
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