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EM VOGA
Oxford street é burburinho que não cessa
DA ENVIADA ESPECIAL A LONDRES
A julgar pela descrição
de Woolf e por um passeio
nos dias de hoje, Oxford
street era -e é- o ponto
do burburinho londrino.
Nos anos 1930, os compradores que gastavam as
solas nas calçadas escorregadias eram londrinos em
busca de pechinchas.
Hoje a rua atrai também
muitos turistas com lojas
dos mais diversos níveis e
preços -entre as prediletas do público estão Top
Shop, Miss Selfriges,
H&M, Marks & Spencer e
Dolce & Gabanna.
Na Oxford street de
Woolf, as pechinchas e
pessoas hipnotizadas pelas vitrines são as mesmas:
o que muda é a mercadoria. Segundo o relato da
autora, escrito entre 1931 e
1932, ali passeavam mágicos e até um vendedor de
tartarugas.
Em 2009, turistas se
aglomeram em torno de
lojas de suvenires, adolescentes e moças disputam
lugar nas lojas e quase todo mundo anda com o nariz colado às vitrines.
A autora faz um paralelo
interessante entre os palácios construídos por aristocratas e as lojas da rua,
essas mais democraticas,
onde a hospitalidade está à
disposição de quem puder
gastar algumas libras. Para
ela, esses "palácios do consumo" são efêmeros, sempre em mutação.
Hoje, 68 anos depois da
morte da autora, percebemos que as marcas e modas, sim, podem ser efêmeras. Já o consumo e o
burburinho de fregueses
na rua continuam tão fortes e em voga quanto estiveram antes.
(MARINA DELLA VALLE)
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