São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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EM VOGA

Oxford street é burburinho que não cessa

DA ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

A julgar pela descrição de Woolf e por um passeio nos dias de hoje, Oxford street era -e é- o ponto do burburinho londrino.
Nos anos 1930, os compradores que gastavam as solas nas calçadas escorregadias eram londrinos em busca de pechinchas.
Hoje a rua atrai também muitos turistas com lojas dos mais diversos níveis e preços -entre as prediletas do público estão Top Shop, Miss Selfriges, H&M, Marks & Spencer e Dolce & Gabanna.
Na Oxford street de Woolf, as pechinchas e pessoas hipnotizadas pelas vitrines são as mesmas: o que muda é a mercadoria. Segundo o relato da autora, escrito entre 1931 e 1932, ali passeavam mágicos e até um vendedor de tartarugas.
Em 2009, turistas se aglomeram em torno de lojas de suvenires, adolescentes e moças disputam lugar nas lojas e quase todo mundo anda com o nariz colado às vitrines.
A autora faz um paralelo interessante entre os palácios construídos por aristocratas e as lojas da rua, essas mais democraticas, onde a hospitalidade está à disposição de quem puder gastar algumas libras. Para ela, esses "palácios do consumo" são efêmeros, sempre em mutação.
Hoje, 68 anos depois da morte da autora, percebemos que as marcas e modas, sim, podem ser efêmeras. Já o consumo e o burburinho de fregueses na rua continuam tão fortes e em voga quanto estiveram antes.
(MARINA DELLA VALLE)


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