São Paulo, domingo, 02 de abril de 2000


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PERFIL / MARA MANZAN

Com 26 anos de carreira, a atriz paulistana Mara Manzan, 47, conquistou o público com sua cômica empregada Sexta-Feira, da novela "Salsa & Merengue" (96/97). Na Globo, fez também "A Viagem", "Hilda Furacão" e "Pecado Capital", entre outros trabalhos na TV. Atualmente no SBT, ela será a patroa de Filó, no programa "Ô, Coitado!", que reestréia nesta quarta, às 22h. "Mas não sou comediante. Também sei chorar", avisa.

DA REPORTAGEM LOCAL

Por que você decidiu sair da Globo e ir para o SBT?
Fiquei cinco anos na Globo. Entrei em 92, fazendo a novela "A Viagem". Meu contrato com a Globo acabou na mesma época em que recebi uma proposta do SBT. Nesse período, fiquei sabendo que minha filha estava grávida. Sou paulistana, mas ficava no Rio por causa da Globo. Como minha filha vive em São Paulo, decidi unir o útil ao agradável. Além disso, o artista nunca diz "adeus", mas sim "até breve". Estamos acostumados a mudar. No ano passado, fui convidada para fazer uma participação no "Ô, Coitado!", e a Gorete Milagres me chamou para fazer a patroa da Filó.
O "Ô Coitado!" enfrentou brigas internas no ano passado. E Silvio Santos é famoso por tomar decisões de última hora. Isso não te deixou apreensiva no momento de assinar o contrato com o SBT?
Vou falar a verdade: fiquei com mais receio do desemprego do que com o resto. Sinceramente, espero que dê tudo certo. A idéia do programa é muito boa, com ótimos atores no elenco. Claro que tive medo do que diziam da Gorete Milagres, só que eu conheci uma pessoa totalmente diferente daquilo que sai nos jornais. Ela é exigente, afinal é o nome dela que está em jogo na segunda maior emissora do país. E, para falar a verdade, nessa profissão a gente arrisca tanto que resolvi tentar.
Você está com 26 anos de carreira. Começou fazendo comédias?
Nunca. Só descobri que era boa comediante em 89, quando fiz minha primeira peça cômica. Antigamente eu achava que era mais fácil interpretar algo denso, um drama. Já sou uma pessoa alegre e acabei achando minha veia cômica. Em "Salsa & Merengue" (96/97), em que era a emprega Sexta-Feira, tive a confirmação disso. Mas não sou uma comediante, sou uma atriz que pode fazer drama e comédia. Eu também sei chorar.
Sexta-Feira foi um papel pequeno que conquistou uma empatia enorme...
Foi uma loucura. No início, a personagem era quase uma figuração de luxo -foi isso o que disseram quando me apresentaram o papel. Não sabiam nem se iria ter texto para mim. Mas era para contracenar com a Débora Bloch, por quem sou apaixonada, então topei. Um mês depois da estréia, a Sexta-Feira já estava entre os personagens mais populares da novela. Fui para Portugal em junho de 99, quando ainda estavam sendo exibidos por lá "Pecado Capital" e "Hilda Furacão". As pessoas me paravam na rua para falar da Sexta-Feira.
E como é sua personagem no programa "Ô, Coitado!"?
A Cláudia é uma mulher batalhadora, que foi meio hippie na década de 70, tem dois filhos com dois ex-maridos. Existe a comédia, claro, mas é uma pessoa que sofre, batalha por suas coisas. Ela trabalha tanto que teve de contratar a Filó para ajudá-la em casa. Tem ainda uma mãe arrogante. A família mora nos Jardins, em São Paulo, e é de classe média.
Não gosto do humor vulgar. E o interessante é que nossa equipe está tendo a preocupação de evitar o escracho, o pastelão. Queremos ir para outro caminho.
Como você se tornou atriz?
Comecei totalmente por acaso. Tudo o que eu queria ser na vida era jornalista ou advogada. Sempre fui tímida, com horror de chamar atenção. Com quase 20 anos, conheci um ator do teatro Oficina, onde o José Celso Martinez Corrêa encenava "O Casamento do Pequeno Burguês". Achei tudo mágico, mas não tinha coragem de ser atriz -fazia de tudo, até buscar comida para o elenco. Um dia uma atriz ficou doente, e o Zé Celso me botou no lugar dela. Nunca mais larguei a profissão.
É verdade que você virou atração do hotel em que a cantora Madonna estava hospedada em São Paulo, em 93?
Fiz um show para a Madonna, saiu até no "The New York Times"! Eu morava em frente ao hotel Caesar Park e, na noite anterior à chegada dela, pensei que não poderia perder o enorme público que a aguardava na rua. Faço pirofagia e resolvi que iria dar um show para homenageá-la da janela do meu apartamento. Mas, quando ela chegou, estava num mau humor tremendo. Virei a atração do lugar. Dei até entrevista agradecendo a Madonna pela platéia que ela me proporcionou. (ERIKA SALLUM)



BLITZ
Nome completo: Mara Verginia Manzan
Nascida em: 28.5.52; em São Paulo
Principal papel na TV: a empregada Sexta-Feira, de "Salsa & Merengue"
Na TV, se diverte com: "Zorra Total" e qualquer coisa com o Falabella




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