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TV NO MUNDO
Sundance põe no ar cinema independente
ESTHER HAMBURGER
em Nova York
No Brasil eventualmente
algumas das mostras de cinema, como o Festival Internacional de Curtas ou o
Rio Cine, divulgam ao menos alguns de seus filmes
pela televisão, tornando
sua programação acessível
ao público que não frequenta festivais. Nos EUA
há um canal de TV a cabo
especializado em veicular
filmes não comerciais, de
outra forma inacessível ao
grande público.
A experiência dos festivais de cinema chega aos
telespectadores de TV a cabo aqui através do Sundance Channel, o canal que leva a marca da promoção
do cinema independente
compartilhada pelo Sundance Festival e pelo Instituto Sundance, organizações sem fins lucrativos
fundadas pelo ator Robert
Redford.
O canal transmite curtas,
filmes de animação, longas
e documentários não distribuídos nas salas de cinema. Mas transmite também filmes independentes
consagrados pela bilheteria norte-americana e internacional, como
"Boyz'n the Hood" de
John Singleton, ou "Big
Night" de Campbell Scott
e Stanley Tucci.
Seguindo o espírito das
mostras de cinema, a programação mensal do Sundance Channel explora temas definidos por uma curadoria. O tema do mês de
agosto será "Representing
Soul" (Representando a
Alma), com uma seleção
de filmes na tradição do cinema afro-americano.
O Sundance vai mostrar
do conhecido "Boyz'n the
Hood", que iniciou uma
série de filmes sobre a vida
nos guetos das grandes cidades dos EUA, ao pioneiro e extremado "Sweet
Sweetback's Baadassss
Song", filme de 1971 dirigido por Melvin Van Peebles, iniciador do gênero
"blaxpoitation".
Tal como o Sundance
Festival, que recentemente
organizou um workshop
para roteiristas no Brasil, o
Sundance Channel demonstra também um interesse pela produção estrangeira. O canal dedicou
recentemente uma semana
ao cinema da China.
O Sundance Channel é
uma sociedade de Robert
Redford com a Showtime
Networks Inc. e a PolyGram Filmed Entertainment. Em 18 meses de operação o canal do cinema independente estava disponível somente pela TV via
satélite, na EchoStar, PrimeStar e USSB.
Atualmente atingindo
cerca de 5 milhões de telespectadores, o canal começa a entrar no sistema normal da TV a cabo em mercados de cidades importantes como Nova York e
Boston. O assinante paga
cerca de US$ 4 por mês para receber uma programação especial aos domingos.
Em tempos de aquecimento do cinema nacional
em um país que possui
uma respeitável produção
de programas de televisão
que não chegam à telinha,
os telespectadores brasileiros se beneficiariam enormemente de uma iniciativa
semelhante.
E-mail: ehamb@uol.com.br
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