|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para ler a televisão
ELAINE GUERINI
da Reportagem Local
O público interessado
em se aprofundar nos bastidores da TV, seus programas e suas personalidades pode se decepcionar ao
visitar a 15ª Bienal Internacional do Livro de São
Paulo, que acontece no Expo Center Norte.
Os lançamentos ligados à
televisão são escassos, e as
poucas opções se limitam
principalmente a biografias -fazendo com que o
evento tenha pouco a
acrescentar à biblioteca do
leitor/telespectador.
Na categoria lançamentos biográficos, as principais personalidades que
têm suas vidas esmiuçadas
são a atriz Gillian Anderson, da série "Arquivo X",
o apresentador Ratinho e o
cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
A protagonista feminina
das aventuras mirabolantes criadas por Chris Carter é alvo de biografia
não-autorizada escrita por
Gil Adamson e Dwan Connolly. "Arquivo Anderson" conta a trajetória pessoal e profissional da atriz.
"Aproveitamos o gancho do filme "Arquivo X',
que estréia este ano, para
lançar mais um título relacionado à série", afirma
Sidney Guerra, 23, um dos
produtores da Mercuryo.
A editora já colocou no
mercado livros sobre os
bastidores do seriado, novelas inéditas com os personagens e a biografia de
David Duchovny. "A história de Gillian vai enlouquecer os fãs."
Em "Ratinho - Coisa de
Louco", Beto Junqueira,
42, redigiu em primeira
pessoa o depoimento do
apresentador mais polêmico da atualidade.
Amigo e consultor de
Ratinho, Junqueira reconhece que o momento é
oportuno -depois que o
apresentador virou sensação na mídia ao conseguir
desbancar a audiência da
Globo.
"A idéia do livro surgiu
há três meses", despista o
escritor, que destaca as
passagens pitorescas na vida de Ratinho -entre elas,
seu trabalho como "preparador de defunto" em
uma funerária.
"Conto como cheguei
até aqui. Fiz questão que a
linguagem fosse bem simples e que o preço fosse
baixo (R$ 9,50) para deixar
o livro acessível ao meu
público", conta Ratinho,
42.
Já a história de Zé do Caixão, escrita por André Barcinski e Ivan Finotti, tem
como objetivo buscar reconhecimento à obra do
cineasta. "Mesmo tendo
dirigido 31 filmes, o Mojica
não é respeitado no Brasil", diz Finotti, 27.
A atuação do diretor na
televisão é registrada no
capítulo "Os Testes Macabros: Terror na TV". Os
programas "Além, Muito
Além do Além", apresentado na Bandeirantes em
1967, e "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", que a
TV Tupi exibiu em 68, são
relembrados no texto.
Do gênero autobiografia,
destaca-se "Apenas um
Subversivo", de Dias Gomes. Apesar de o livro dedicar mais páginas às peças
teatrais e à militância política do autor, suas novelas
também são lembradas.
Em um capítulo, Gomes
conta que se inspirou em
suas primas virgens para
criar as beatas de "O
Bem-Amado".
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|