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BATALHA DOMINICAL
Roberto Manzoni, diretor do "Domingo Legal", diz que equipe do SBT tem espírito de guerrilha
"A gente mira um canhão na cabeça do Fausto Silva"
BRUNO GARCEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O DIRETOR Roberto Manzoni, do "Domingo Legal", apresentado por Gugu Liberato, no SBT, diz
ter a fórmula para derrotar todas as atrações globais exibidas no domingo: "Nós exibimos não um programa,
mas uma programação. Temos uma estratégia para
competir com a Xuxa, outra contra o "Megatom", quando exibimos brincadeiras e gincanas, e mais uma para
enfrentar o Faustão, trazendo reportagens. Se entrássemos no ar mais cedo, levaríamos o domingo inteiro.
Mas a grade não nos permite", afirma.
Ao menos por enquanto, Gugu ainda não é capaz de
derrotar todos os programas exibidos pela Globo no
horário em que está no ar, mas tem obtido índice médio
de ibope mais alto que o de seu principal concorrente,
Fausto Silva, apresentador do "Domingão do Faustão",
há 14 semanas (veja quadro ao lado).
"Hoje, vamos ganhar de novo, porque nossa equipe
tem espírito de guerrilha. Só pensamos em vencer. Não
são as nossas atrações que elevam o ibope. Nossa audiência começa a ser alavancada quando Faustão entra
no ar. A gente mira um canhão na cabeça de Fausto Silva. Se não existisse a Globo, não teria graça", diz Manzoni. O diretor afirma não ter planejado nada especial
para hoje. O cantor Leonardo é um dos convidados, e o
pagodeiro Netinho mais uma vez retomará seu quadro
"Princesa por um Dia", em que vive um mordomo que
atende a meninas humildes.
Diferentemente de Manzoni, que está há 15 anos trabalhando com Gugu Liberato, o atual diretor do "Domingão do Faustão", Luiz Gleiser, que não quis dar entrevistas à Folha, assumiu a direção da atração em junho deste ano. "A equipe do Faustão é nova, o diretor
também. Até o diretor começar a entender o apresentador, a Globo já o mandou embora. Fausto precisa participar mais do programa. Ele fica ali parado naquele púlpito. Não se envolve com a atração", comenta Manzoni.
Para ele, a produção do Faustão deveria se mirar no
seu exemplo. "Eu e Gugu nos entendemos só no olhar.
Sei de antemão o que ele gosta e o que não. O diretor é
uma peça-chave para o apresentador", diz. No entender
do diretor do "Domingo Legal", as frequentes mudanças no comando do programa do concorrente são desfavoráveis à Globo.
Quando assumiu a direção do "Domingão do Faustão", Gleiser criou quadros e retomou alguns aspectos
popularescos que a atração global tinha deixado de lado. Nada disso ajudou a impulsionar a audiência do
programa. O insucesso, diz Manzoni, se deve à acomodação e a erros de estratégia. "Com a estrutura e o cast
que eles têm, eu faria a festa. Já pensou um "Telegrama
Legal" com Ana Paula Arósio? Teríamos 50 pontos de
ibope contra 5 deles. Para piorar, ainda fazem bobagens, como aquela história dos casais", diz, em referência ao episódio ocorrido em julho deste ano, quando
dois figurantes de novelas competiram em um quadro
do programa fazendo-se passar por um casal.
Gugu Liberato, com sua produtora, a GPM, vem produzindo atrações para a Gazeta, ocupando o vácuo deixado pela CNT, que rompeu com a emissora.
Manzoni diz não temer a perda de sua "galinha dos
ovos de ouro", quando o contrato de Gugu Liberato
com o SBT se encerrar, em 2002. "Se ele for, não creio
que eu vá junto. Sou SBT Futebol Clube. Sou muito grato a Silvio Santos. Se fizesse algo assim, estaria traindo
um amigo", comenta o diretor.
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