FERNANDA DANNEMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

PARA substituir o chororô exagerado de "Marisol", o SBT estréia amanhã, às 20h15, outro fruto da parceria de cinco anos com a mexicana Televisa: "Pequena Travessa", estrelada pela ex-paquita Bianca Rinaldi e por um time de atores que comemoram a oportunidade fora dos domínios televisivos da Rede Globo.
Elisabeth Hartman, 70, por exemplo, tem 42 anos de carreira teatral, já passou por várias emissoras e achava que não voltaria à TV. "Há poucos papéis para os mais velhos", diz. Walter Breda, 67, fez "Presença de Anita" e diz que o SBT é uma luz no fim do túnel. Ao contrário de "Marisol", a nova novela terá um ritmo ágil e interpretação mais brasileira. O objetivo é atrair o público jovem. Para isso, reforçam o elenco atores como Lulo e Nico Puig. Jayme Periard e Fábio Villa Verde -além da própria Bianca Rinaldi-, são outros que passaram pela Globo. "O pessoal só quer sucesso, e isso infelizmente está vinculado à única grande emissora do país", diz Villa Verde. "Fiz sete novelas na Globo, fiquei três anos contratado sem trabalhar e decidi não aceitar qualquer coisa só porque estava lá", diz ele. "O monopólio da Globo acabou", afirma Lulo. Claudia Netto, aplaudida por sua Dircinha Batista em "Somos Irmãs", peça de sucesso de crítica em 2000, diz que finalmente foi convidada para um papel em que não precisa cantar. "Na Globo fiquei rotulada", afirma. Tânia Bondezan, ex-"Terra Nostra", "Chiquinha Gonzaga" e "Malhação", é enfática: "Vi que ser reconhecida na rua não significa nada", diz, referindo-se à falta de trabalho que se seguiu na Globo. A trama: uma mocinha pobre (Rinaldi) finge que é homem para arranjar um emprego e divide-se entre o amor de dois vizinhos -um bom e um mau- e de um milionário. "Os atores de teatro ajudarão a mudar a idéia de que novela mexicana é ruim", diz Cláudio Fontana, que é outro ex-global no elenco, aliás.