São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002

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FELIZ ANIVERSÁRIO

Power Rangers completam dez anos no rastro dos heróis que o Japão exporta

JOSÉ AGUIAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

DESDE que os monstros de borracha começaram a ameaçar o Japão, a cultura pop nipônica nos tomou de assalto com a chegada dos primeiros "tokusatsu" (os seriados japoneses). A influência no Ocidente foi tão forte que "Power Rangers", uma série americana inspirada neles, comemora agora seu décimo aniversário.
Exibida pelo canal pago Fox Kids e, em reprises, pela Globo, "Rangers", que parecia ser uma picaretagem descartável, se tornou uma franquia gigantesca, tanto que o grupo já se encontra em sua sétima formação. Depois de dois longas para o cinema, prepara-se um especial de aniversário intitulado "Forever Red", que reúne todos os "Rangers" que já usaram a malha vermelha.
Mas nada se compara aos japoneses originais. Os mais velhos lembram de "National Kid" (1960) combatendo os esquisitos Incas Venusianos, Arrocos, Subterrâneos e Seres Abissais. Sempre auxiliado por algum equipamento eletrônico, cortesia da fabricante National, patrocinadora do programa. Lançado agora em DVD, foi redublado. As vozes da versão brasileira original (exibida primeiro na TV Record, em 1964) se perderam num incêndio.
Outro veterano que se recusa a nos deixar é o gigante "Ultraman" (1966), considerado herói-símbolo do Japão e dono de uma árvore genealógica invejável. Foi ele quem estabeleceu a estética dos super-heróis nipônicos. Seu último descendente a desembarcar no Brasil foi "Ultraman Tiga", exibido pela Record.
"Ultraseven" (1967) foi outro membro dessa família que deixou saudades. Quem não lembra do ultra-olho, uma espécie de óculos que o herói usava para se transformar? Ambas as séries foram criação de Eiji Tsuburaya, que trabalhara nos "efeitos especiais" de "Godzila".
De olho nesse sucesso, outras produtoras correram atrás do filão. Um dos mais bem sucedidos foi "Spectreman" (1971). Preocupado com o meio ambiente, detonava monstros feitos de lixo.
Já na segunda metade da década de 80, após anos de recesso, a extinta TV Manchete trouxe "Jaspion" e "Changeman", catalisadores da invasão nipônica atual. Mesmo com maquetes descaradas, monstrengos desengonçados e heróis às vezes esquisitos, essas produções desfrutam de inegável capacidade de sedução.


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