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Série agrada a imortais
DA SUCURSAL DO RIO
Se dependesse dos membros da
Academia Brasileira de Letras
(ABL), os chamados imortais, a
minissérie "Os Maias" seria um
sucesso. De crítica. Consultados
pela Folha, acadêmicos elogiaram
a produção, baseada no romance
do autor português Eça de Queirós, que está com baixos índices de
audiência. "Quanto mais fiel ao livro, menos a série adquire o ritmo
próprio da TV. É essa lentidão que
as pessoas estranham", diz o jornalista Arnaldo Niskier, 65.
Niskier aponta a "dança de horário" como fator para a baixa audiência da minissérie. "Às vezes,
ela entra às 22h30, depois começa
à 0h. Não há outra explicação, pois
o público aprecia novelas de época", diz Niskier, ressaltando que
gostaria que o som de "Os Maias"
fosse melhor. "Nem todos atores
têm a dicção do Walmor Chagas."
Para o poeta Carlos Nejar, 62, há
"uma dificuldade cultural" de seguir uma série baseada numa obra
literária. "Quando vem algo mais
difícil, isso obriga o povo a pensar,
o que estimula a leitura. "Os
Maias", que já era uma obra-prima, agora é um best seller."
Para Antonio Olinto, 81, a minissérie poderia ser ainda mais lenta.
"Mas o espectador não iria aguentar. O mundo de Eça está ali. O
problema é que a televisão está viciada com histórias feitas para a
TV, nas quais o autor sabe que deve haver uma briga a cada dois minutos." (CRISTIAN KLEIN)
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