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CIDADE MARAVILHOSA
Emissora estréia amanhã "Laços de Família", nova trama das oito, que usa cenários bem cariocas e temas tirados de notícias de jornais
Globo lança seu "Pequeno Dicionário Amoroso"
Divulgação
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Deborah Secco, que será a vilã Íris, ao lado de José Mayer, que interpretará Pedro |
ALEXANDRE MARON
DA SUCURSAL DO RIO
EM contraste com a ação vertiginosa
de "Uga Uga" e o romantismo e mistério de "Esplendor", "Laços de Família",
a nova novela das oito, que estréia amanhã, na Globo, promete, segundo seu autor, Manoel Carlos, falar de pessoas comuns vivendo dramas que estão estampados nos jornais.
Os temas e cenários remetem a filmes
como "Pequeno Dicionário Amoroso",
que mostrava a teia de relações de casais
em cartões-portais do Rio.
O primeiro sintoma da temática escolhida pelo autor é que na trama quase todos são bonzinhos. O solitário papel de
vilã, que em "Por Amor", do mesmo autor, foi reservado à Branca da veterana
Suzana Vieira, estará dessa vez com Deborah Secco, como a jovem, mimada e
manipuladora Íris.
No meio das pessoas comuns, estão alguns novos rostos masculinos, prontos
para tirar de Thiago Lacerda o papel de
galã do momento. O primeiro deles é o
modelo Paulo Zulu, que estréia como
ator de novelas. "Não sou ator e tenho
muito o que aprender. Mas o personagem é parecido comigo, ajuda. Gosto de
passar uma imagem positiva", diz Zulu.
A segunda novidade é Reynaldo Gianecchini, o marido da apresentadora
Marília Gabriela. Ele será o médico Edu,
que conquistará Camila (Carolina
Dieckman) e a mãe, ninguém menos que
a estrela Vera Fischer, que protagoniza a
novela no papel de Helena, nome recorrente nas obras de Manoel Carlos.
"Vim do teatro, não sei nada de TV. A
Marília sempre me incentivou a expandir meu trabalho", diz Gianecchini.
Vera volta às novelas depois de viver
problemas mundanos que poderiam estar nos capítulos de "Laços". Ela foi retirada de "Pátria Minha", de Gilberto Braga, às pressas, em meio a problemas
emocionais ligados ao fim do seu relacionamento com o ator Felipe Camargo.
Desde então, Vera fez uma participação especial em "Rei do Gado" e entrou
na metade de "Pecado Capital". Durante
esse tempo enfrentou dramas bem reais,
como a luta contra as drogas e a perda da
guarda do filho em uma disputa judicial
com o ex-marido.
Agora, a atriz está mais magra -fez
uma lipoaspiração e colocou próteses de
silicone nos seios-, mais bronzeada,
solteira e com a expectativa de reconquistar a guarda do filho. Ela faz questão
de dizer que nunca esteve tão feliz.
"Meus filhos estão ótimos, estou bem e
ganhei um papel em uma novela das oito
especialmente escrito para mim. Estou
em uma fase ótima", diz.
A única coisa que a irrita são as constantes especulações de que ela teria se envolvido com Gianecchini durante a viagem que parte do elenco fez ao Japão para gravar algumas cenas.
"Isso é uma falta de respeito comigo e
com o casal. Só porque estou solteira,
não fico roubando homem das outras.
Quero um lindo só para mim", desabafa.
O ator Flávio Silvino é outra pessoa que
viveu um intenso drama pessoal e está
voltando às novelas. Ele sofreu um acidente automobilístico e ainda apresenta
sequelas de danos neurológicos.
Manoel Carlos prometeu criar um personagem para ele e agora cumpre a promessa. Na história, Silvino é Paulo, o filho de Miguel (Tony Ramos). Ele sobreviveu ao acidente automobilístico que
matou a mãe e luta contra as sequelas.
O uso de tantos atores com histórias semelhantes às vividas por seus personagens tem, segundo o diretor-geral da novela, Ricardo Waddington, uma justificativa.
"Nas novelas do Maneco, não é bom
usar atores que façam composição. Por
melhor que seja o ator, pode soar artificial. Quando eles usam suas próprias vivências, se expõem mais", analisa.
Mas uma atriz foi obrigada a fazer alguma composição. Giovanna Antonelli
será a garota de programa Capitu e fez
laboratório para conhecer o universo de
sua personagem. Voltou surpresa.
"Elas são muito parecidas com as moças da idade delas, apenas tem uma forma diferente de ganhar dinheiro. Usam
as mesmas gírias que uma pessoa normal. Não são vulgares", revela.
Cenário carioca
Para dar a sua trama o ar de cotidiano
que promete, Manoel Carlos situou os
acontecimentos no Leblon, tradicional
bairro da zona sul do Rio. É ali que Helena conhece Edu e Miguel (Tony Ramos).
"Minhas histórias precisam acontecer
em um cenário limitado, mesmo que
eventualmente os personagens viajem
ao Japão ou à Inglaterra", diz o autor.
Assim, Helena se apaixona por Edu e
desperta o interesse do discreto viúvo
Miguel. Mas abre mão do relacionamento com o rapaz porque sua filha, Camila,
também se apaixona por ele.
O grande drama da novela acontece
quando Camila descobre estar com leucemia. Ela precisa de um doador de medula óssea para tornar possível o tratamento médico.
Nesse momento, Helena decide ter outro filho, mas Pedro, o pai de Camila,
nunca soube da existência da filha. Ela é
obrigada a contar-lhe toda a verdade.
Tudo acontece em meio a cenários como o calçadão da praia do Leblon, os engarrafamentos onde personagens se encontram e até uma livraria muito conhecida no bairro, a Argumento, a base para
a loja de Miguel, que se chamará livraria
Dom Casmurro.
"Costumo dizer que "Felicidade" era
uma novela sobre o Rio, "Por Amor" era
sobre o Leblon e "Laços de Família" é sobre a rua do Manoel", conclui Ricardo
Waddington.
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