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Fox propõe parceria a universidades
ALEXANDRE MARON
DA SUCURSAL DO RIO
O S CANAIS pagos estrangeiros não
têm o costume de produzir programação no Brasil porque acham muito
caro. O canal Fox teve uma idéia para
driblar essa situação: lançar o Fox Fest,
um festival que exibirá filmes brasileiros
e latino-americanos feitos por universidades.
A idéia, que começa a ser colocada em
prática em abril, é barata porque são as
universidades que arcam com os custos
dos filmes, cuja produção é uma obrigação de seus cursos de cinema. A Fox se
dispõe a selecionar e a exibir o que julgar
melhor.
"Não produzimos no Brasil tanto
quanto queremos porque é muito caro.
Aumentar as iniciativas locais é um processo lento que depende do crescimento
da TV paga brasileira", diz Flávio Rocha,
vice-presidente de programação e operações do canal.
A idéia de Rocha é pedir à Escola de
Comunicações e Artes da USP a indicação de dez filmes produzidos por seus
alunos. Cinco serão selecionados para
exibição e um dos cineastas terá a chance
de apresentar um projeto a executivos de
cinema nos EUA.
O canal já fez contato com a Universidad del Cine, de Buenos Aires, e com o
Centro de Capacitación Cinematographica, na Cidade do México.
O professor Mauro Wilton, que dirige
a escola de cinema da ECA, diz que está
interessado em fornecer os filmes à Fox,
mas que ainda é preciso discutir alguns
pontos. "Eles queriam usar as produções
como bem entendessem, mas há direitos
autorais envolvidos. Não podemos entregar os trabalhos dos meninos assim."
A principal discussão das universidades com a Fox é a respeito dos créditos e
da limitação do tempo de exibição de cada obra. Na proposta inicial, feita há
pouco mais de três meses, a empresa ficaria com os direitos de exibição por
tempo indeterminado, usando-os como
quisesse.
"Nós pedimos que o prazo de uso fosse
de um ano, e toda e qualquer imagem
exibida deveria ter o crédito da escola e
do autor. Eles acharam a proposta razoável. Estamos próximos ao acordo final",
afirma Wilton.
O acervo da ECA é considerável. São
pelo menos 183 obras no formato de película de 16 mm e 35 mm, mais 86 vídeos.
Na filmoteca, criada em 1978, há até produções da universidade datadas de 1969.
Entre esses filmes, há ganhadores do Festival de Brasília, como "A Escada", dirigido por Felipe Barcinski (premiado também em Gramado), "Tigresa", de Wilson
Rodrigues de Barros, e "Sombras Chinesas", de Eduardo Freitas Campante, entre outros.
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