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3º Troféu Santa Clara 'premia' o pior da televisão em 98/99
da Redação
Nesta quarta-feira, dia 11, é dia
de Santa Clara, a padroeira da televisão. Para marcar a data, a Folha promove pela terceira vez
consecutiva o Troféu Santa Clara,
que premia o pior da TV brasileira nestes últimos doze meses.
Assim como o Oscar (prêmio
máximo do cinema) e o Emmy (o
principal prêmio da TV dos
EUA), o Santa Clara é dividido em
categorias e contempla vários gêneros e formatos. O premiado é
escolhido por um júri composto
por 9 jornalistas da Folha.
Este ano, a premiação introduz
novas categorias. São tantos os
programas femininos, por exemplo, que o TV Folha decidiu criar
o troféu "Comunidade Solidária"
para o pior programa coordenado por uma mulher. O vencedor
foi o "Programa Ana Maria Braga", da Record, extinto em abril
com a transferência da apresentadora para a Rede Globo.
Da mesma maneira, para eleger
o personagem que ocupa mais
-ou pior- o tempo do telespectador, surge a categoria "Mala do
Ano". O eleito foi Mister M, o senhor de todos os sortilégios, que
na última semana pôde ser visto
em vários programas de inúmeras emissoras e também ao vivo.
Ufa!!! Como diz José Simão, "pena que esse tipo de mala não extravia ao chegar no Brasil".
Na área da teledramaturgia,
Victor Fasano deu um tempo.
Vencedor das outras duas edições
do prêmio na categoria de pior
ator, deixou o troféu "Ô, Coitado!" este ano para Carlos Alberto
Riccelli, intérprete do sussurrante
e inexpressivo João Batista de
"Chiquinha Gonzaga". O mais irritante é que o tempo passava na
minissérie, e Riccelli não envelhecia nem mudava de expressão.
A troféu "Força de um Bocejo",
para a pior novela, foi ganho por
"Brida", a produção da Manchete
que teve de ser abreviada dados os
baixos índices de audiência e devido também à calamitosa situação financeira da emissora.
O troféu "Ô, Coitada!", para a
pior atriz, foi uma disputa apertada entre Patrícia França, Patrícia
de Sabrit e Letícia Spiller. Venceu
esta última, que, fazendo o papel
de uma mulher má em "Suave
Veneno", está simplesmente péssima. Segundo o editor do TV Folha, Francisco Martins da Costa,
"é isso que dá uma paquita tingir
os cabelos de preto".
Por falar em loiras, o troféu
"Jeannie Não É um Gênio", concedido à loira menos inteligente,
foi brilhantemente conquistado
por Carola Scarpa, que revelou
sem pudor os podres de seu casamento com o playboy Chiquinho
Scarpa em vários programas de
TV. "Ela perdeu tudo. Merecia ao
menos esse prêmio", afirma o colunista Telmo Martino.
O troféu "Sasha de Galocha",
para o pior programa infantil, foi
conquistado pelo "Eliana & Alegria", da Record, que teve cinco
votos. A apresentadora ficou apenas alguns dedinhos à frente do
"Angel Mix", da Globo, e do
"Bom Dia & Cia.", do SBT.
Na categoria de humor, a sitcom "A Guerra Dos Pintos", da
Band, também ganhou por pouco
o troféu "Maysa", conferido ao
humorístico mais deprê. Segundo
a colunista Barbara Gancia, "a família da versão nacional de "Married... with Children" é pinto perto
dos Bundy, os originais".
O pior comunicador levou o
troféu "DDD". O vencedor deste
ano é Sérgio Mallandro, da CNT/
Gazeta. "Ele confundiu pegadinha com pesadelo", diz Barbara.
No ano que passou, vários programas tiveram seu ibope reduzido por causa de mudanças de horário ou mudanças de formato. O
"Muvuca" de Regina Casé teve de
sair do casarão do Humaitá e desfigurou-se na desesperada tentativa de conquistar a audiência.
Com isso, faturou o troféu "Querida, Encolhi a Audiência".
Quem mudou e perdeu a graça
foi o "Vitrine", da TV Cultura.
Voltando à Globo, o "Samba, Pagode & Cia" mudou, mudou e
mudou de novo, mas não adiantou nada. Foi tirado do ar.
Na TV paga, o pior de tudo foi
considerado o preço dos jogos do
Campeonato Brasileiro no pay-per-view. Enquanto um filme
custa menos de R$ 5, uma partida
como Santos x Criciúma custa R$
17,90. "Pior que pagar tudo isso é
quando o nosso time perde", afirma o colunista José Simão.
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