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Acadêmicos têm visão crítica
FREE LANCE PARA A FOLHA
No meio acadêmico, a TV tem sido
vista de forma cada vez mais crítica. A
professora da Escola de Comunicação
da Universidade Federal do Rio de Janeiro Raquel Paiva, por exemplo, não
assiste e não permite que a filha, de 10
anos, veja novelas.
"Acho necessário apresentar alternativas. Dou muitos livros e ofereço
outras formas de informação para
tentar retirá-la deste circuito imbecilizante", afirma.
Para ela, por ser um meio muito facilitador, a televisão faz com que seus
espectadores tenham uma relação cada vez menos natural com a escrita.
"Diversos pensadores já puseram
em dúvida a necessidade de assistir à
TV por considerá-la um veículo que
compromete o senso crítico", diz o
professor de teoria da comunicação
da UFRJ, Aluízio Trinta: "A televisão é
mais forma do que conteúdo. E, por
natureza, é um conteúdo ralo, raso,
movediço e sugerido".
Aluízio cita o teórico francês Pierre
Bourdieau: "Ele pregava que a TV não
merece ser considerada um instrumento de representação da realidade,
porque ela não é uma janela para o
mundo, mas uma janela direcionada;
tudo nela é falso e pré-editado".
O professor diz que uma outra onda
de rejeição à TV aconteceu no Brasil
durante os governos militares, devido
à complacência do meio para com o
regime. "Os militares viram na televisão um porta-voz eficiente. E os intelectuais politizados passaram a encará-la como veículo menor."
(MB)
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