São Paulo, domingo, 8 de novembro de 1998

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TELENOVELA
Novela que está pronta desde fevereiro, insiste na fórmula da história da menina abandonada
SBT tira 'Pérola Negra' da gaveta

DANIEL CASTRO
da Reportagem Local

O que você pode esperar de uma telenovela que promete "contar a história de Pérola, fruto de um amor proibido, que, ao nascer, é entregue à diretora de um colégio junto com 22 pérolas"?
Lágrimas, muitas lágrimas e mais algum sexo e várias bofetadas. É esse o combustível de "Pérola Negra", espécie de versão adolescente de "Chiquititas", que estréia amanhã no SBT, às 20h.
A novela, que foi gravada entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano, finalmente sai da gaveta de Silvio Santos, esperando emplacar no mínimo 10 pontos no Ibope (cerca de 800 mil telespectadores na Grande São Paulo).
"Pérola Negra" é um dramalhão latino assumido, daqueles em que a heroína sofre tanto quanto uma "Maria do Bairro" mexicana Ämas sem os cílios postiços. A única "inovação", aqui, é a abertura, um clipe da música "Tudo por Nada", brega-hit de Paulo Ricardo.
Assim como "Chiquititas", a nova produção do SBT é uma adaptação de um texto argentino, de Enrique Torres, sucesso da Telefe em 1994.
A adaptação foi feita por Crayton Sarzy, o homem que convenceu Silvio Santos a comprar da Televisa a trilogia "Maria Mercedes"/"Marimar"/"Maria do Bairro", as novelas de maior audiência do SBT nesta década. Sarzy acaba de arrematar da Colômbia o texto de mais um dramalhão, "Águas Mansas", que pode vir a ser gravado em 99.
O supervisor de "Pérola Negra" defende "o dramalhão, o água-com-açúcar" como gênero a ser explorado pelo SBT. "O SBT tem de ter essa cara, o folhetim com todas as emoções levadas ao exagero. "Pérola' é uma novela que lida com a emoção. Não precisa se preocupar muito com o cenário, com as roupas", diz. E, pelo primeiro capítulo, também não houve preocupação com a iluminação, tantas são as sombras Äapesar de o custo da novela ser de R$ 30 mil por capítulo.
As protagonistas de "Pérola Negra" são Vanusa Spindler, 27, e a socialite (e agora também piloto de Fórmula Uno) Patrícia de Sabrit, 23.
Patrícia é Pérola, aquela que foi entregue à diretora do colégio junto com 22 pérolas. Cada pérola pagou um ano de seus estudos. No colégio, tornou-se amicíssima da milionária Eva (Vanusa).
Quando saem do colégio, as duas sofrem um acidente. Eva morre e Pérola assume sua identidade Äe também seu filho, recém-nascido. Mas Eva continua na história, como um "anjo".
Depois de sofrer muito, Pérola descobrirá que é filha da avó de Eva, Rosália (Maximira Figueiredo). E se casará, virgem, com o mau-caráter Tomás (Dalton Vigh), pai do filho de Eva.
A novela traz ainda a manjada fórmula de duas famílias que se odeiam.



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