RUI DANTAS
enviado especial ao Rio

Chico Anysio, 67, desistiu dos personagens que o celebrizaram. O comediante, que deve estrear no próximo sábado na Globo, às 22h, o humorístico "O Belo e as Feras", pretende exercitar, a partir de agora, seu lado de ator.
No programa não haverá mais espaço para personagens como Painho, professor Raimundo ou Alberto Roberto. Chico Anysio interpretará um personagem novo por semana, mas sem caracterizá-lo fisicamente, sem necessariamente mudar a entonação da voz. A possibilidade de o mesmo personagem reaparecer em programas seguintes é quase nula.
"O Belo e as Feras" será uma "sitcom" (comédia de costumes) nos moldes do que ocorre com os humorísticos norte-americanos, segundo o redator final Bruno Mazzeo, 21, filho de Anysio.
Mazzeo admite que essas modificações na atuação de seu pai devem causar certo "estranhamento" no público.
"No começo é possível que reclamem. A imprensa, por exemplo, deve criticar. Mas, aos poucos, o público vai se acostumar com o novo Chico Anysio, sem caracterizações", diz.
O programa de estréia, com o título de "Só o Amor Destrói", traz Anysio vivendo um homem separado que, por força das dificuldades financeiras, continua a dividir o apartamento com a ex-mulher (Regina Duarte).
Ela se apaixona por outro homem (Rodrigo Santoro), e o ciúme do personagem de Anysio torna a convivência do "ex-casal" insustentável.
"Defino o programa como uma mistura entre as obras do Luís Fernando Verissimo e do Woody Allen", avalia Mazzeo.
Segundo o roteirista, Chico Anysio deixou os antigos personagens de lado para facilitar seu trabalho. Para Anysio, revela Mazzeo, interpretar tipos como os que fazia antes, mudando a postura e a voz, era muito mais desgastante.
A cada sábado, o programa contará com participações especiais. Além de Regina e Santoro, também atuarão em "O Belo e as Feras" Hugo Carvana, Cláudia Ohana e Luana Piovani.



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