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POLÊMICA
Globo recorre e Ministério da Justiça libera "As Filhas da Mãe" para as 19h
Transexual pode, sem glamour
DA SUCURSAL DO RIO
TRANSEXUAL agora pode. Só não
deve ter glamour. A polêmica em
torno da próxima novela das sete da Globo, "As Filhas da Mãe", foi contornada,
pelo menos por enquanto, depois que a
emissora recorreu e conseguiu a liberação da trama para o horário.
O Ministério da Justiça, que havia vetado a exibição da novela para antes das
20h, voltou atrás, após intensa negociação com a Globo.
O centro da polêmica é a personagem
Ramona, supostamente uma transexual,
que será interpretada por Cláudia Raia.
Segundo a secretária nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, houve queixas
contra a novela, vindas, sobretudo, de
pessoas evangélicas e católicas.
"A reclamação era para que a novela
não incentivasse, não fosse uma propaganda do transexualismo. Que o heroísmo da personagem não estivesse associado ao fato de ela ser transexual, fazendo parte de todo um glamour especial",
disse.
Elizabeth Sussekind citou o caso de
"Laços de Família", em que a personagem Capitu (Giovanna Antonelli) era
uma prostituta doce e simpática.
"Mas aí tudo bem, porque prostituição
não é crime. Não posso fazer nada. Mas
nesse caso [o de "As Filhas da Mãe"",
transexualismo ainda é proibido no
país", disse.
Sussekind afirma que leu a sinopse de
"As Filhas da Mãe" após o indeferimento
do departamento de classificação, subordinado à sua secretaria, e não identificou
problemas com o conteúdo da novela.
"Existe transexualismo na sociedade.
Isso é um fato social. Com o passar do
tempo, pode ser visto de uma maneira
mais tranquila. A novela pode até ser positiva e desmistificar. Mas se não for séria, se for uma banalização, abordando
de maneira preconceituosa ou como
propaganda, o efeito é contrário", disse.
A novela deve estrear dia 27 de agosto.
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