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NO ESPAÇO
Estréia em agosto nos EUA mais uma sequência da saga espacial, com novos personagens e com a velha espaçonave
Nova "Jornada nas Estrelas" volta um século no tempo
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
QUANTAS vezes é possível levar um
balde até o fundo do poço e enchê-lo, antes que a água acabe? No caso de
"Jornada nas Estrelas" ("Star Trek"), parece que o poço ainda não secou, mesmo
após 35 anos. A Paramount Pictures
anunciou que uma nova série baseada
em sua franquia bilionária deve chegar à
TV em agosto. O nome do novo programa fala por si só: "Enterprise".
Embora não seja raro encontrar produtos de entretenimento em idade avançada, é difícil lembrar alguma marca que
tenha sido capaz de gerar tamanha efervescência produtiva como a série de Gene Roddenberry, cancelada em 1969 após
três temporadas.
Depois de viver uma década de reprises, a marca ressurgiu das cinzas com
uma sequência de filmes para cinema (o
primeiro veio em 1979, aproveitando o
elenco televisivo) e a estréia da série "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração"
("Star Trek: The Next Generation"), em
1987, evento que catapultou a nave Enterprise, literalmente, para as estrelas.
De lá para cá, a "galinha dos ovos de
ouro" da Paramount produziu, em 14
anos, nada menos que 21 temporadas televisivas, distribuídas entre "A Nova Geração", "Deep Space Nine" e "Voyager".
A caçula "Voyager" foi criada especialmente para lançar uma nova rede de televisão, a UPN. Após sete temporadas, a
dúvida que persiste entre fãs e executivos
é se ainda há fôlego para mais.
Há números que sustentam essa dúvida. Com "A Nova Geração", a audiência
do programa girava em torno de 12 milhões de televisores. Hoje, "Voyager" arranca, com sorte, 4 milhões.
Para tentar recuperar a boa audiência
de outros tempos, a nova série é a primeira a ser lançada com um astro já famoso,
o ator Scott Bakula. Estrela da série
"Contratempos" e coadjuvante do filme
"Beleza Americana", Bakula interpretará
o capitão Jonathan Archer. "Eu amo o
gênero e sou fã de longa data de "Jornada
nas Estrelas'", disse o ator.
O estúdio também está bastante satisfeito. "Não poderíamos estar mais contentes. Scott personifica o charme e a inteligência que o papel pede", declarou
Rick Berman, produtor-executivo da nova série e co-criador, com o escritor
Brannon Braga.
A nova série, anunciada no último dia
17, terá mudanças radicais no formato.
Além de ser a primeira a não levar as palavras "Star Trek" no título, ela será ambientada cem anos antes do seriado original, em uma Enterprise do século 22. A
mudança de ares pode fazer bem à marca, mas já apresenta uma dificuldade:
como fazer com que a nova série não pareça estar à frente, em termos visuais, de
uma produzida em meados dos anos 60?
Para o designer Rick Sternbach, que
está na produção desde 1979 e concluiu
seus laços com a marca em "Voyager",
não é um desafio tão complicado. "Eu
não caracterizaria o trabalho como uma
dificuldade. Trabalharia em uma evolução do design, ou seja, mostrando elementos reconhecíveis do equipamento
que vimos na série original e do que poderíamos ter hoje, criando uma síntese.
Resta saber se eles vão mesmo fazer isso", disse Sternbach à Folha.
"Vocês verão os primeiros a irem ao
espaço, os "Chuck Yeagers" da exploração espacial", disse Berman, referindo-se ao primeiro aviador a ultrapassar a
velocidade do som. "Os fãs verão todas
as coisas que eles conhecem de "Jornada", mas em fase de desenvolvimento."
As filmagens do piloto começaram no
dia 14 (informações em português estão
em www.trekbrasilis.com), e a estréia
está marcada para agosto. A rede quer
apresentar sua nova programação antes
das outras, na esperança de conquistar
mais audiência. Atualmente, das seis redes americanas, a UPN vem na lanterna,
em empate técnico com a WB. Na frente
das duas estão ABC, NBC, CBS e Fox.
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