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PORTA DA ESPERANÇA
Realizar sonhos é a tarefa de Netinho
O pagodeiro ganha programa semanal
e a difícil missão
de alavancar o
ibope dominical
da
Rede Record
DA REPORTAGEM LOCAL
CHEIO DE boas intenções, o pagodeiro Netinho, ex-Negritude Jr., assume, no próximo domingo, dia 18, o comando do novo programa dominical da
Rede Record.
Com o nome de "Domingo da Gente",
o programa é uma ampliação do quadro
"A Princesa e o Plebeu", que Netinho comandava no "Domingo Legal", do SBT,
no qual escolhia uma garota pobre para
ter um "dia de princesa" ao seu lado.
A atração da Record promete ser igualmente "beneficente": o programa se propõe a realizar sonhos dos telespectadores, homenagear artistas, fazer crianças
se encontrarem com seus ídolos e até
promover reconciliações entre casais e
famílias. "Queremos colocar as pessoas
comuns e suas emoções na TV. Não estamos criando nada de novo, claro, mas
aproveitando o que já deu certo na televisão", diz Netinho.
"E eu estou bem confiante porque, na
verdade, a Record está me pagando uma
grana ótima para eu ser eu mesmo."
Cerca de 80% do programa, que nas
primeiras semanas será inteiramente
gravado, será de cenas externas, na rua
ou na casa das pessoas, por exemplo. O
restante será apresentado em auditório e
deve contar com atrações corriqueiras,
como apresentações musicais.
Apesar de entrar na programação dominical da emissora, hoje tomada por filmes, o "Domingo da Gente" -que terá
direção de Leonor Corrêa, irmã de Fausto Silva e ex-"Domingão do Faustão"-
não vai, a princípio, participar diretamente da guerra dominical pela audiência, dominada por Gugu Liberato e o
"Domingão". A atração vai ao ar das
13h30 às 15h, horário em que os programas da Globo e o do SBT não estão no ar.
"Escolhemos esse horário por uma estratégia, não queremos ainda bater de
frente com esses programas", explica
Marcos Vinícius Chisco, diretor de programação da Record. "Mas, se conseguirmos bons resultados com a atração,
com certeza ela mudará de horário."
Netinho e a direção do "Domingo da
Gente" prometem não "apelar" para tentar alavancar a audiência do horário, que
hoje dificilmente ultrapassa os 3 pontos
no Ibope (cada ponto equivale a 80 mil
telespectadores na Grande São Paulo).
"Queremos que a família sente para ver
TV sem constrangimentos, sem o pai ter
que explicar para o filho de 7 anos o que
deveria explicar somente para um garoto
de 15", diz Netinho. "E não vou ficar explorando o problema das pessoas para
dar audiência. Quero resolver esses problemas."
O pagodeiro, que é um dos raros negros a comandar programas de destaque na TV, diz que não pretende abordar a questão racial na atração. "É inegável que os negros estão comemorando,
estão cansados de ver na TV um estereótipo que não é o deles. Mas não é um
programa para negros, é para todos. Senão, seria racismo ao contrário", diz.
(CLÁUDIA CROITOR)
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