São Paulo, Domingo, 12 de Dezembro de 1999


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PERFIL - LUIZ CARLOS ALBORGHETTI

Apresentador do "Cadeia" se acha tranquilo

Ele diz que apresenta "o programa mais ousado da TV brasileira". Considera-se um homem sem vaidade ("Só uso calça jeans e botas. Não sei vestir outra coisa") e não gosta de sair de seu Estado, o Paraná, onde é deputado estadual. Luis Carlos Alborghetti, que comanda o "Cadeia", programa policial exibido de segunda a sexta na CNT/Gazeta, se define como um ser tranquilo. "Não sou truculento. Tenho horror à violência."

da reportagem local

Como surgiu o "Cadeia"?
Criei o "Cadeia", em 1976, na rádio Tabajara, de Londrina (PR). De lá, levei-o para uma rádio maior, a rádio Londrina. Daí, fui convidado pela família Martinez (donos da CNT) para montar um programa de TV. Em 82, fui para a TV, mas na época o "Cadeia" só tinha cinco minutos. Permaneci por 15 anos na CNT. Em 87, saí devido a alguns desentendimentos, mas voltei recentemente. "Cadeia" é um programa que amo, pelo qual eu dou a minha vida. O que é exatamente o programa, uma atração jornalística ou policial?
"Cadeia" é um programa policial, político e informativo. Sua função não é incitar a violência, mas alterar, defender as instituições sérias, como o Judiciário e o Ministério Público.
Quando está no ar, você grita e dá porretadas na mesa. Quanto ali há de teatral e quanto há de real?
Ali é o verdadeiro Alborghetti. Tenho bronca do que acontece no país. Outro dia, dei uma matéria sobre um vovô que pegava crianças e as violentava. Não admito que um cara meta um revólver na cara de outro, que estupre uma mulher. Sou a favor do desarmamento, mas quero que ele chegue a todos, desde o bacana até o traficante da favela. Eu vivo a notícia. Quando era repórter, descarregava meu ódio por determinadas formas de violência na lauda. Não sou teatral. Vou para o estúdio e me transformo. Não sei quantas entidades maravilhosas baixam em mim quando estou no ar. Sou real, não sou fictício. Quem não gosta, que veja as novelas da Globo.
E você, assiste a novelas?
Não. Sou um apaixonado por cinema, gosto de me auto-educar, de ler. Gosto de assistir a documentários de canais da TV paga, como os do Discovery e do canal Mundo. Sou um videomaníaco. Tenho cerca de 300 filmes gravados e catalogados, para os quais faço sinopses.
A mesma ira que você demonstra com o criminoso comum vale também para o policial que abusa de seu poder?
Claro. Não dou colher de chá. O atual comandante da PM do Paraná está me processando. Ele não gostou de uma notícia negativa que eu dei sobre a PM paranaense, mas comigo é assim: se o policial errou, vai levar pau.
Muitos o consideram truculento...
Não sou truculento. Tenho horror à violência. Ando com quatro seguranças porque mexo com muito bandido e com a elite dominante do país. Só defendo a pena de morte para aqueles que cometem crimes hediondos. Estelionatário, por exemplo, deveria ser obrigado a trabalhar na cadeia. (BRUNO GARCEZ)




BLITZ
Nome: Luis Carlos Alborghetti
Idade: 54
No ar com: Cadeia (segunda a sexta, às 19h, na CNT/Gazeta)
Local de nascimento: Londrina (PR)
Estado civil: casado, com 4 filhos
Filme Favorito: "Oito Milímetros"




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