São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2000


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REVIVAL
"As Aventuras de Rin Tin Tin" voltam ao ar em março, em versão colorizada, na Record
Rin Tin Tin volta colorido à tela

PAULO SANTOS LIMA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O TEMPO passa, mas o pastor alemão Rin Tin Tin resiste. O cachorro volta ao ar em março, agora em versão colorizada. A Rede Record é quem vai exibir os 65 episódios de "As Aventuras de Rin Tin Tin", produzidos entre 1954 e 1959.
A cor é algo realmente novo na trajetória do seriado. A penúltima edição da série, rodada nos anos 70, fora toda gravada em sépia, muito para manter a tradição do período em que o cachorro teve seu apogeu com o público, a virada dos anos 50 aos 60.
A versão que a Record apresentará é de fato a mais famosa, a dos anos 50, na qual Rinty (como também era conhecido) acompanha o tenente Masters (James Brown) e o garoto Rusty (Lee Aaker) na luta contra os índios no velho oeste.
Engana-se, contudo, quem acha que o "clássico" Rin Tin Tin a ser apresentado semanalmente na Record seja o original. O destemido pastor alemão faria sua primeira aparição nos anos 20, ainda no cinema mudo e numa época na qual nem se pensava na invenção do televisor.
E esse foi, sem dúvida, o mais bajulado dos Rin Tin Tins. Alçado à categoria de estrela dos estúdios Warner, teve sua intimidade devassada pela imprensa, com manchetes estampando seu "casamento" com uma cadela, por exemplo.
Estrelou, de 1922 a 1931, 30 filmes. Alemão nato, chegou em solo norte-americano graças aos soldados aliados que o encontraram próximo a uma trincheira, ao término da Primeira Guerra Mundial.
As histórias fugiam do lugar-comum. Rinty era acusado de assassinato, ia parar na Londres de Jack, o Estripador e até assistia a números de dança oriental.
Mas é sua morte que merece total respeito. Ele brincava com outro cãozinho quando teve uma síncope. Foi socorrido por uma vizinha chamada Jean Harlow. Ela mesmo, a "Vênus Platinada" de Hollywood.
Já entre 1954 e 1955, a telessérie "As Aventuras de Rin Tin Tin" contava com um descendente verdadeiro do primeiro Rinty. Apesar da concorrência, as aventuras do pastor alemão eram mais violentas do que as açucaradas desventuras da cachorra Lassie, dos estúdios MGM.
Em vez de uma menina com carência afetiva (o papel da pequena Elizabeth Taylor em "Lassie"), Rinty contava com um menino que teve seus pais brutalmente assassinados num ataque indígena e com um tenente do Forte Apache.
O personagem canino resistiria com outra versão, rodada nos anos 60. A dos anos 70, contudo, soava anacrônica e um tanto inocente.
Pior mesmo seria o remake "trash" que a Globo apresentou em 1990, a última versão do seriado na TV -isso sem falar no medonho "Comissário Rex", seriado exibido pelo canal Multishow que se passa numa cidade alemã nos dias de hoje e que também é estrelado por um cão.


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