São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2000


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MAKING OF
Aparelho auricular serve para orientar apresentadores
Ponto eletrônico provoca até briga no "Programa Livre"

DA REPORTAGEM LOCAL

NA ÚLTIMA segunda-feira, durante as gravações do "Programa Livre", do SBT, a apresentadora Babi teve um desentendimento com o diretor do programa, Vildomar Batista, que acarretou a suspensão das gravações do programa e o afastamento de Batista da direção. No meio do programa, Babi tirou seu ponto eletrônico do ouvido e disse que não queria mais trabalhar com o aparelho, pois o diretor a estaria atrapalhando com suas inúmeras instruções por meio dele.
Usado principalmente em programas ao vivo, o ponto -um aparelhinho colocado no ouvido do apresentador- serve para o diretor dar instruções, avisar quanto tempo ainda resta de programa, qual câmera olhar etc.
"No começo eu não gostava, mas agora não consigo ficar sem o ponto eletrônico. Fico perdido, porque o programa é ao vivo. Se, por exemplo, algum acidente acontece enquanto estamos no ar, é dessa maneira que o diretor me avisa", conta José Luiz Datena, apresentador do "Cidade Alerta", da Record.
Mas não é todo mundo que acha o ponto eletrônico tão fundamental. A jornalista Marília Gabriela, por exemplo, é uma que se recusa a usá-lo. "Não suporto ponto eletrônico. A primeira vez que eu fui tirar a medida para fazer o ponto, já fiquei horrorizada e não quis usar de jeito nenhum", conta.
Segundo ela, mesmo quando o programa é ao vivo, há outras maneiras de o diretor dar alguma instrução no ar. "No meu programa na Rede TV!, tenho uma tela de cristal líquido na minha frente. Quando o diretor quer se comunicar comigo, ele escreve qualquer coisa em letras bem grandes na tela, para chamar minha atenção. Se tem alguém falando "dentro" da minha cabeça, eu não consigo prestar atenção na entrevista."
Para o diretor José Antônio Algodoal, do "Supernova", da MTV, o ponto eletrônico é fundamental, principalmente em seu programa, comandado pelos VJs Marcos Mion e Didi -que apelidaram o aparelhinho de "oráculo". "Enquanto um está falando, o outro pode prestar atenção nas minhas instruções. Por mais que você faça um roteiro do que irá ao ar, sempre surge algo novo", afirma.
(CLÁUDIA CROITOR e ERIKA SALLUM)



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