São Paulo, domingo, 13 de setembro de 1998

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TV paga apresenta uma tendência crescente de programas feitos no Brasil; investimentos financiam a produção de especiais e documentários, além da "tropicalização" de canais estrangeiros, processo que inclui a dublagem e a veiculação de vinhetas feitas especialmente para o brasileiro
A vez do produto nacional

ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

Nunca houve tantos programas brasileiros na TV paga como agora. E a tendência é que a proporção de produções nacionais ainda siga crescendo. Mas ainda predomina a programação importada.
Para se ter uma idéia dessa tendência, basta ver que, há dois anos, o GNT exibia seis programas nacionais. Neste mês, traz onze em sua grade. A TVA, por exemplo, não possuía um canal como o Bravo Brasil. Mas a campeã de produção local é a Globo News.
Os canais de esporte, como SporTV e ESPN Brasil, gastam milhões de reais e produzem a maior parte de sua programação.
Canais de sinal aberto como a Rede Globo e a Bandeirantes, por exemplo, exibem pouco mais de 18 horas de produções originais por dia.
Na TVA, operadora que chega a distribuir 54 canais via cabo, o canal ESPN Brasil produz cerca de 85% da sua programação diária, cerca de 20 horas. O Bravo Brasil, de 15% a 20%, não mais que 4 horas.
Para mostrar eventos esportivos 24 horas por dia, a ESPN Brasil gasta cerca de R$ 30 milhões por ano.
A HBO co-produz musicais, como "A Sede do Peixe", de Milton Nascimento, exibido em 97 e produções como o "Entertainment News", que fala de cinema e música.
Além disso, exibe os três filmes que recebem o Prêmio HBO Brasil de Cinema. O custo anual ultrapassa R$ 1 milhão.
O gerente de programação da HBO, Fernando Cardoso, diz que a tendência é de aumento das produções nacionais. "Mas não houve pedidos de reprise dos filmes exibidos. Também não há assinantes reclamando desses filmes."
Com até 64 canais, via cabo, a NET alcança os R$ 70 milhões em investimentos anuais em programação brasileira, nos canais da programadora Globosat. Desta soma, o SporTV consome 70%.
Ano passado, esse gasto foi de cerca de R$ 60 milhões e, em 1999, subirá mais 15%, segundo Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat .
A programadora trabalha no Brasil com 15 canais e estréia no próximo dia 18, às 20h, o Canal Brasil, totalmente dedicado à produção audiovisual brasileira (veja texto ao lado).
A tendência não é só da programação nacional crescer. O assinante deseja, segundo as programadoras, canais em português, feitos para o Brasil.
O Teleuno passou a ser totalmente dublado, e os canais Sony e Fox, por exemplo, foram se adequando com dublagens e legendas, além das vinhetas feitas especialmente para o público brasileiro.



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