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Canal Brasil só apresenta as produções brasileiras
da Reportagem Local
Seguindo a tendência de exibir mais produções nacionais
nas TVs pagas, a Globosat estréia na próxima sexta, dia 18,
às 20h, o Canal Brasil. O lançamento será distribuído pela
Net/Multicanal/Sky no pacote
Advanced 98.
O investimento é de R$ 4
milhões nos primeiros dois
anos. A estréia seria em abril e
foi adiada, por problemas
com a conservação dos filmes
(leia texto abaixo).
O canal será lançado em
Portugal simultaneamente.
Lá, a TV Cabo Portugal já exibe outros canais da Globosat,
como o GNT e o Telecine.
O Canal Brasil surge como
uma oportunidade criada pela
lei das TVs por assinatura,
que exige a existência de um
canal com 12 horas diárias de
produção audiovisual nacional independente. A Globosat
definiu o canal como não exclusivo.
Para tornar viabilizar a
idéia, os cineastas e produtores brasileiros Luiz Carlos
Barreto, Roberto Farias, Anibal Massaini Neto, Marcos
Altberg e Zelito Vianna criaram o Grupo Canal Brazil. Esse grupo formou sociedade
igualitária com a Globosat para criar o canal.
Os cineastas controlam cerca de 200 filmes dos 400 do
acervo inicial. O resto foi adquirido junto a produtores independentes e inclui aproximadamente 60 curtas-metragens e 70 clipes musicais.
"Temos de acreditar que o
brasileiro quer se ver, e não só
prestigiar filmes estrangeiros,
ou não há muito o que se fazer
nesse negócio. O produto será
tão bom ou ruim quanto for o
cinema nacional. É uma aposta", diz Pecegueiro.
O canal pode ser uma aposta
e uma oportunidade. Mas
nasce também com o objetivo
de ajudar a desenvolver a indústria cinematográfica do
país. É o que acredita Wilson
Cunha, diretor do Canal Brasil e do Multishow.
Cunha foi cineclubista na
década de 60, no Rio de Janeiro, fazendo parte da geração
Paissandú, conhecida por fazer exibições de filmes "difíceis" para a época.
Trabalhou no "Jornal do
Brasil", na revista "Manchete" e, depois, na Rede Manchete. Tornou-se o responsável pela escolha dos filmes
exibidos pela emissora.
Lá, criou o programa "Cinemania" que o tornou conhecido do grande público.
Depois, gerenciou o canal Telecine e o Multishow.
"Sempre fui muito ligado
ao cinema brasileiro e estava
no lugar certo, na hora certa.
Acabei sendo convidado para
dirigir o Canal Brasil", conta.
Cunha foi em busca de raridades e conseguiu com Anibal
Massaini, por exemplo, um
making of de "Independência ou Morte". O filme é uma
produção brasileira de época,
protagonizada por Tarcísio
Meira, que conta a história da
independência do país.
Além do incentivar a indústria, o Canal Brasil trará um pouco da história cinematográfica do país. Na
sessão "Retratos Brasileiros" o assinante poderá
ver perfis de cineastas importantes para o Brasil.
Outra proposta é a de
uma programação leve.
"É só olhar para o Multishow. Ele traduz uma forma
alegre de encarar a vida
que eu tenho. O Brasil será
assim também", afirma.
O canal entra no ar com
um debate gravado durante o último Festival de Gramado. Depois, às 21h, exibe "Sonho Sem Fim"
(1987), que mostra as
aventuras de pioneiros do
cinema brasileiro.
Em seguida, um debate
sobre a pornochanchada e,
às 23h30, uma sessão do
gênero, chamada, no tom
"alegre" proposto por
Cunha, "Como Era Gostoso o Nosso Cinema".
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