São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice MADRUGADA SEXY Em menos de 13 dias no ar, programa de striptease da Band vira vice-líder no Ibope em SP Peladas atraem 160 mil às 4h30
DANIEL CASTRO da Reportagem Local Um programa que estreou há apenas 13 dias é o mais novo fenômeno de audiência em São Paulo. O erótico "Strip Show", exibido de segunda a sábado, sempre por volta das 4h30, na Rede Bandeirantes, já atinge 2 pontos no Ibope e até 30% da audiência entre os televisores ligados no horário. Isso significa que, só na Grande São Paulo, cerca de 160 mil insones e onanistas estão ligados no programa. Produzido em Curitiba por uma agência de publicidade, a Quadricom, o "Strip Show" é exibido em rede nacional e é bancado por uma operadora de serviços de sexo por telefone via 0900. Talvez o que explica o sucesso é o fato de o "Strip Show" ser um programa de striptease em que as garotas tiram toda a roupa e exibem os pêlos, embora não haja sexo explícito. "Só não mostramos o útero", diz Paulo Barcellos, diretor da Quadricom. Para se ter uma idéia da importância dos 2 pontos no Ibope do "Strip Show", essa audiência é praticamente a mesma que a Bandeirantes atingia às 20h30, em pleno horário nobre, com séries como "Ally McBeal". Na última terça, o "H", às 20h30, também deu 2 pontos. Embora não tenha horário fixo para ir ao ar -sempre após a mutilada sessão de filmes eróticos "Cine Privê", depois das 4h-, o programa de striptease é vice-líder no Ibope e às vezes empata com a líder Rede Globo. Na madrugada da última terça-feira, por exemplo, o "Strip Show" foi ao ar das 4h43 às 5h13, com 2 pontos de média, mesma audiência da Globo, que no horário exibia a série "As Patricinhas". Naquele dia, o programa de mulheres nuas teve a sintonia de 28% dos televisores ligados no horário na Grande SP. O "Strip Show" segue uma fórmula lançada, com menos sucesso, pelo programa "Papo Gostoso", exibido em rede nacional desde agosto pela CNT, por volta da 1h30, e que atinge 1 ponto no Ibope (80 mil telespectadores na Grande São Paulo). O "Papo Gostoso" é produzido pela agência caseira de uma operadora de telessexo de São Paulo, a Zeus, e também exibe stripteases -mas sem exibir nu total ou frontal. Há ainda outras diferenças entre os dois programas. Dá para notar que a produção do "Strip Show", gravado na boate Sex Night Club, de Curitiba, é bem superior. "Nós empregamos 16 profissionais e usamos quatro câmeras", diz o diretor Paulo Barcellos. A iluminação e o som têm boa qualidade, coisa rara nesse tipo de produção. As mulheres também são mais bonitas do que as do "Papo Gostoso" -são garotas de programa que cobram até R$ 1.000 e recebem cachê de R$ 300 por gravação. O "Strip Show" ocupa diariamente 30 minutos que são comprados pela agência Quadricom. No horário em que é exibido, esse tempo custa pela tabela da Bandeirantes R$ 41,6 mil (sem os descontos), que poderiam ser pagos com 8.456 minutos de ligações telefônicas (cada minuto custa R$ 4,92) para o 0900 que o patrocina. O tempo todo aparece o telefone do patrocinador e a dinâmica do programa induz o telespectador a acreditar que as garotas que vê no vídeo podem ser as mesmas que o atenderão ao telefone. "A gente quer fazer uma "Playboy' eletrônica", diz Paulo Barcellos, que planeja novos quadros para o "Strip Show". "Pretendemos criar uma personagem e gravar em barcos", diz Barcellos. A exibição também está sendo negociada com a CNT e com a Rede Mulher. A Quadricom também planeja lançar novos programas eróticos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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