São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2001

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ESTRÉIA

"Superpop" recebe Luciana Gimenez

Divulgação/Rede TV
Luciana Gimenez "trabalha" como frentista no quadro "Viver para Crer", atração do "Superpop"




Apresentadora diz que quer incluir no programa um pouco de moda e da "bagagem cultural" que adquiriu na Europa

FABIO DANESI ROSSI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

LUCIANA Gimenez assume, a partir de amanhã, o "Superpop". Anteriormente apresentado por Adriane Galisteu (hoje no "É Show", na Record) e depois por Fabiana Saba e Otávio Mesquita, o programa, pelo menos no início, continuará basicamente o mesmo.

"Na verdade", diz Luciana, "o programa atual só estava cobrindo o buraco deixado pela Adriane. Claro que estava indo superbem, mas eu quero incluir um pouco de moda, de comportamento, levar às pessoas a bagagem cultural que adquiri na Europa. Mas isso deve ser feito aos poucos. Tenho que respeitar o público que já assiste e gosta do programa".
Segundo ela, o "Superpop" tem de ser leve, engraçado, levar diversão ao brasileiro, "inclusive aos jornalistas". Mas também compara-o a uma sofisticada revista: "Tem que ser uma revista, parecida com a "Vogue", bonita, informativa".
Apesar de já estar há dois meses no Brasil, Luciana afirma ter tido apenas dez dias para se preparar, dias em que fez uma espécie de "curso" para aprender a cultura brasileira que não pôde absorver quando estava morando na Europa.
"Muitas coisas aconteceram enquanto eu estava fora, coisas que eu nem fiquei sabendo. Mas eu sou brasileira, paulista, não sou estrangeira." Para ela, a maior dificuldade não está em sua adaptação ao Brasil, mas em aprender o cotidiano do meio televisivo.
"Eu estou começando a conhecer o dia-a-dia da TV. Claro que não vou virar a Hebe em dois dias. Ela já faz isso há dez anos. Estou sendo gentil. Ela faz isso há 50 anos, sei lá." Apesar de iniciante como apresentadora, Luciana já tem suas preferências: "Eu gosto mais de fazer reportagens externas. Mas adoro também entrevistar, poder pegar um pedacinho da vida das pessoas".
O programa de estréia trará como convidados os cantores Maurício Manieri e Paulo Ricardo, a cantora Vanessa Camargo e o atacante Adhemar, do São Caetano. Terá também alguns quadros. Em um deles, o "Novela Real", a apresentadora, esbanjando originalidade, mostrará a história de Ana Paula, que engravidou para tentar salvar o filho de três anos que sofre de leucemia. No quadro "Viver para Crer", Luciana será mostrada num posto de gasolina, trabalhando como frentista. A idéia é que, a cada semana, Luciana sinta na pele como é trabalhar em outra profissão. Em outros programas, fingirá ser caminhoneira, feirante e balconista. O "Viver para Crer" é um quadro bastante especial para Luciana: "Quem é que tem a chance de viver várias realidades diferentes da sua?", pergunta.
Outra novidade do programa será a escolha de um candidato, chamado pela produção do programa de "cãodidato": três cachorros serão apresentados à platéia, que elegerá um deles para ser o ajudante de Luciana nos demais programas. O cachorro, entre outras tarefas, ficará incumbido de entregar fichas à apresentadora e de representar, em dias especiais, certos personagens temáticos.
Luciana morou 13 anos fora do Brasil, quando aproveitou, entre outras coisas, para fazer decolar sua carreira de modelo e ter um filho com Mick Jagger. Após conseguir uma polpuda pensão para Lucas, seu filho, e ser convidada para apresentar o "Superpop", retornou ao Brasil.
Para se preparar para o programa, ela enfrentou um árdua rotina. Todos os dias, passou as manhãs malhando em uma academia. De segunda a quarta, à tarde, teve aulas de cinema e teatro, visando aprender como se movimentar num palco e se posicionar diante de câmeras. Aprendeu como se expressar e pronunciar os textos do "Superpop".
Além disso, teve aulas de expressão corporal e relaxamento. À noite, tinha de escolher figurinos e gravar, sempre acompanhada por suas professoras, uma série de pilotos. As professoras levavam para casa as fitas das gravações e analisavam o comportamento de Luciana, corrigindo-a eventualmente depois.
Às quintas, Luciana pegava a ponte aérea para o Rio de Janeiro, quando aproveitava para ler, no avião, os principais jornais brasileiros. No Rio, dividia o tempo entre uma academia de ginástica de Ricardo Amaral e os passeios com o filho pelas praias e ruas da cidade. Durante a semana, ainda aproveitava para ver muita televisão, principalmente programas de auditório. "Vi muito os programas da Hebe e do Jô", conta.
Luciana pretende ainda conciliar as aulas com as filmagens do programa e suas viagens ao Rio. "Estou começando, tenho muito o que aprender." Enquanto isso, sua carreira de modelo está tendo de ser deixada de lado. "Está meio parada", diz, "mas pretendo aceitar alguns convites para coisas grandes".
Pelo visto, Luciana conseguiu se adaptar ao Brasil antes de sua estréia. Na semana passada, marcou com a Folha uma entrevista às 20h. Às 22h35, ainda não estava pronta. Não sobrou nenhum vestígio da boa e velha pontualidade britânica, que, com certeza, deve ter adotado nos anos que passou na terra da rainha Elizabeth -anos que não voltam mais.


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