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CLUBE DA LUTA
Ted Boy Marino ressuscita "Telecatch"
Zulmair Rocha/Folha Imagem
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O ex-lutador Ted Boy Marino, que participou de vários programas e filmes dos Trapalhões |
Aos 60 anos, lutador
prepara um novo
programa de luta
livre e diz que
pretende pô-lo no ar
antes do fim do ano
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IVAN FINOTTI
Da Reportagem Local
"V OCÊ torcia pelo Ted Boy Marino no "Telecatch'?" Se você nasceu depois de 1970, provavelmente não
entendeu nada dessa pergunta.
É por isso que ela faz parte da campanha publicitária de uma seguradora. A
idéia, espalhada por 60 outdoors e 163
ônibus em São Paulo, é dar um desconto
aos segurados com mais de 35 anos.
Pois se você tem menos de 35 anos, saiba que "Telecatch" foi um programa de
luta livre de enorme sucesso na TV brasileira no final dos anos 60. Começou na
Excelsior e foi exibido depois pela Globo.
E Ted Boy Marino, com suas tesouras
voadoras (golpe de luta livre) e calção
preto, era um destaque do programa.
"Foi a melhor fase da minha carreira",
diz o astro do ringue, hoje com 60 anos.
A partir de 75, Marino passou a ser visto principalmente como figurante do programa "Os Trapalhões", na Globo. Mas, antes disso, ele era mais famoso do
que Renato Aragão. No cartaz do filme em que atuaram
juntos, "Dois na Lona", de 1967, o nome do lutador vinha
acima do nome do comediante. Marino participou ainda
do programa "Os Adoráveis Trapalhões", no qual contracenava com Aragão, Wanderley Cardoso e Ivon Cury.
Quando a luta livre foi para a Globo, Marino estourou.
Podia ser visto em nada menos que quatro programas da
emissora: lutava no "Telecatch" aos sábados e domingos,
recebia cantores e números circenses no "Oh! Que Delícia
de Show" às terças, apresentava desenhos animados do Pica-Pau e Tom & Jerry de segunda a sexta e ainda estrelava
uma novelinha chamada "Orion 4 x Ted Boy Marino".
"A novela era parecida com o programa da Tiazinha; eu
lutava com uns monstros", conta Marino, que nasceu na
Itália em 1939 e chegou à Argentina com 12 anos. "Viemos
no porão de um navio. Nos 21 dias da viagem, minha mãe
não saiu da cama. A gente vomitava muito com o balanço."
Em Buenos Aires, foi sapateiro, mas não deixava de ir à
academia. Foi lá que conheceu colegas de luta livre, como o
Tigre Paraguaio, e começou a lutar na TV. Ganhou também
o apelido de Ted Boy, em substituição ao Mario da carteira
de identidade. "Foi um empresário de lutas que escolheu o
nome. A gente viu umas revistas, e nelas havia fotos de playboys. Aí ele inventou o Ted Boy", conta.
Marino chegou ao Brasil em 65, trazido por esse empresário de lutas para
inaugurar o gênero no país.
Aqui, o apelido do lutador acabou ultrapassando os limites do ringue: "Até
meus filhos me chamam de Ted. Um
amigo meu ligou aqui para casa e pediu
para falar com o Mario. Minha mulher
disse que não havia ninguém com esse
nome", se diverte.
A volta
Aos 60 anos, Ted Boy pretende reviver
sua fase de glória. "Estou trabalhando
para a volta do programa "Telecatch"
nesse final de ano", diz.
O lutador afirma que tem uma emissora bastante interessada no projeto, mas
prefere fazer mistério até a assinatura do
contrato. "Minha idéia é dirigir o programa. Mas, se precisar lutar, eu luto",
promete.
Os planos de Ted Boy Marino não tem nada de
absurdo. Várias tendências da TV internacional
"emplacam" no Brasil, e os programas de luta livre são um grande sucesso nos EUA.
Na semana de 11 a 17 de outubro, por exemplo,
quatro dos seis programas mais vistos na TV paga norte-americana eram transmissões de luta
livre (wrestling) dos canais USA e TNT.
Os lutadores profissionais nos EUA ganham
milhões de dólares por ano e recebem da mídia
um espaço e um tratamento tão "vip" quanto o
dispensado a estrelas do porte de Madonna ou
Mel Gibson.
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