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ENQUETV
Para leitores, TVs mostram violência demais
DA REDAÇÃO
Segundo os leitores que participaram da enquete proposta no número
anterior do TV Folha, a violência
apresentada na programação das
emissoras abertas é excessiva.
Das 932 pessoas que opinaram, por
telefone, fax, carta ou pelo site da Folha Online, 648 (69,5%) acham além
da conta as cenas com conteúdo violento exibidas diariamente.
Entretanto, considerando-se apenas os leitores que participaram da
enquete por telefone, ocorre o oposto,
apesar da pequena diferença: 183
crêem ser a violência da TV apenas
um reflexo da realidade, contra 178
que vêem excesso.
Flávio Henrique Costa Pereira, de
Campinas (SP), está entre os que
acham que há exagero. Para ele, as
imagens violentas na televisão acabam por banalizar o tema, principalmente entre as crianças. "É fácil ver o
assombro de uma criança diante da
primeira cena de violência, mas, com
o passar do tempo, isso deixa de produzir qualquer reação de comoção",
afirmou.
Segundo Joyce Alves de Souza, de
Santos (SP), há tanto a violência
quanto as ações construtivas na vida
real, mas a TV só se preocupa em dar
destaque para o lado ruim. "Quando
ligamos a televisão, parece que estamos no inferno."
Já para uma internauta identificada
apenas como Gaby, do Rio de Janeiro,
é "mais que normal a violência na televisão". Segundo ela, a programação
é influenciada pelo que acontece no
dia-a-dia do país, não interferindo diretamente no cotidiano das pessoas.
"A TV é somente um "preview" do que
encontramos todos os dias nas ruas",
declarou.
Independentemente da discordância, para quase todos os leitores que
registraram opinião no mural da Folha Online, a violência só existe na televisão para aumentar a audiência.
"A violência na TV aberta é usada
como um produto qualquer, gera
ibope e lucros. Portanto, vai continuar a ser levada ao ar, a não ser que a
sociedade faça com que as emissoras
entendam que o produto não interessa, deixando de consumi-lo. Sem telespectador, sem ibope, sem lucro, há
nova programação", escreveu Maria
de Fátima Lima, de São Luís (MA).
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