|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEJORNALISMO
Repórter estréia prometendo não repetir o caso da entrevista
com o "maníaco do parque"
Globo reconstitui crimes famosos
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
Depoimentos reais, jornalismo investigativo e
dramaturgia guiados por
senso de justiça, são os
componentes que o repórter e agora apresentador
Marcelo Rezende promete
exibir em seu novo programa, "Linha Direta", na
Rede Globo.
A estréia está inicialmente prevista para esta quinta, após a novela "Suave
Veneno", no lugar de
"Você Decide" ou "Zorra Total" (até o fechamento desta edição, a Globo
ainda não havia confirmado oficialmente a data e o
horário).
"Não vamos fazer nada
parecido com o episódio
da entrevista do "maníaco
do parque" e nem ficaremos restritos ao noticiário
policial. Contaremos histórias que podem envolver
até escândalos políticos de
desfecho obscuro", diz
Rezende.
O diretor Roberto Talma, que editou para o
"Fantástico", em novembro do ano passado, a entrevista do "maníaco"
com Rezende, é o criador
do "Linha Direta". A entrevista, entrecortada com
reconstituições de alguns
dos crimes do "maníaco", foi uma espécie de piloto do programa.
A entrevista rendeu uma
audiência média de 40
pontos na medição do Ibope (cada ponto equivale a
80 mil telespectadores na
Grande SP), mas a repercussão foi negativa.
A atração também foi
questionada porque o nome "Linha Direta" foi
usado, no início da década
de 90, pela emissora em
um programa com o então
apresentador Hélio Costa
narrando casos bizarros,
com paranormais e extraterrestres. Rezende afirma
que nada disso terá espaço
no novo jornalístico.
""Linha Direta" será um
programa para toda a família, sem sangue e violência gratuita. Vai contar
dramas do cotidiano, histórias com o ponto de vista
dos personagens envolvidos, mostrando como suas
vidas foram afetadas por
crimes ou alguma injustiça", explica.
"Linha Direta" estréia
com mais cinco programas
prontos, mas Rezende só
revela os temas que serão
abordados no episódio de
estréia, a morte de Paulo
César Farias e o assassinato da estudante carioca
Ana Carolina da Costa Lino, no Rio de Janeiro.
Para recontar o que
aconteceu com PC, a equipe do programa reconstituiu em cenário a casa onde o empresário foi assassinado. O programa mostra diversas possíveis versões do que teria acontecido na noite em que Suzana
Marcolino e PC morreram.
"Estudamos cada caso a
fundo e fazemos as reconstituições com a ajuda de
peritos, com base em depoimentos e nos autos dos
processos. Haverá uma advertência ao espectador de
que estamos fazendo uma
simulação, e vamos identificar o autor de cada versão", revela, dizendo-se
preocupado com a ética.
Formato
Após receber o convite
do diretor Roberto Talma
para apresentar o programa, o repórter estudou o
formato que considera
ideal para a atração em que
está trabalhando nos últimos seis meses. Sua inspiração saiu dos livros de
Raymond Chandler e Dashiell Hammett e de diversos filmes noir e de Alfred
Hitchcock.
Assim, a idéia é apresentar um caso mostrando a
cobertura jornalística da
época e depois apresentar
sua evolução e reconstitui-lo com base nos depoimentos, podendo até mostrar quais as versões mais
plausíveis.
A parte dramatúrgica
-as reconstituições- fica
a cargo do diretor Flávio
Colatrello Jr., que acumula
a direção de "Malhação".
Para garantir que as histórias interessantes não se
esgotem e esvaziem o programa, "Linha Direta" terá um número de discagem gratuita, disponível
24 horas, para receber denúncias com a garantia de
sigilo total.
Partindo dos telefonemas e do próprio noticiário, a equipe de reportagem do programa -que
conta com 20 repórteres,
incluindo o próprio Rezende- fará a triagem dos
casos e depois irá para a
rua apurá-los.
Texto Anterior: TV Filme inicia operações na PB Próximo Texto: Record também lança programa do gênero Índice
|