São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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Canal Sony comemora a audiência de "Barrados no Baile"

JOSÉ AGUIAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

QUANDO estreou na TV americana, em 4 de outubro de 1990, ninguém poderia imaginar que a série "Beverly Hills 90210" fosse se tornar um fenômeno tão longevo. Dez temporadas depois e, agora sendo reprisada pelo canal a cabo Sony, o seriado aqui batizado com o esquisito nome de "Barrados no Baile" (o nome original é o código postal da região) é líder de audiência de segunda a sexta, às 13h -nas faixas de idade entre 18 e 49 anos da classe AB. O mesmo, aliás, já tinha ocorrido nos anos em que foi exibida na Rede Globo. Mas como se justifica tamanha popularidade ainda hoje?
Talvez um dos motivos seja o nome de Aaron Spelling por trás da produção. Responsável por uma infinidade de séries -"Starsky e Hutch", "Casal 20", "S.W.A.T.", "Ilha da Fantasia", "As Panteras" etc-, ele é considerado um dos maiores produtores da história da TV. Tanto que seu nome consta no livro "Guiness", de recordes, graças às mais de 3.000 horas de exibição de seus programas de entretenimento no mundo todo desde os anos 60. Foi ele, com seu toque de Midas televisivo, quem convocou o roteirista Darren Star para criar seu maior sucesso na última década.
Em sua primeira temporada, "Barrados" tinha seu foco nos irmãos gêmeos Brandon e Brenda Walsh, filhos de família classe média alta de Minessota que se mudavam para a mais que abastada Beverly Hills e tentavam se adaptar àquele meio hostil. Colocando a dupla sempre em meio a polêmicas relacionadas a sexo, drogas e alcoolismo, a série não demorou a emplacar.
Com a precoce saída da estrela Shannen Dohert, a Brenda, por problemas pessoais e com a produção, ganharam mais espaço os demais coadjuvantes. Cada um deles passou a ter história própria. A série então se tornou um programa em que todos os personagens tinham a mesma importância.
Coube ao expectador escolher seu favorito, aumentando assim a possibilidade de diferentes públicos se identificarem com os tipos que cada um personificava. Brandon é o idealista, filho e amigo ideal; Brenda é igualmente obstinada, mas não tão boazinha; Kelly e Donna, a princípio fúteis ricaças, se tornaram grandes amigas de todos; e Dylan encarna o rebelde de bom coração. Sem falar nos inúmeros personagens que entraram e saíram da série ao longo dos anos. Jovens, ricos, belos e problemáticos, foram a catarse de sua geração, podendo ser tanto admirados quanto invejados por todos. Estava pavimentado o caminho do sucesso.
O êxito foi tanto que a série gerou outra, "Melrose Place", iniciada justamente num episódio de "Barrados". Diferente dos adolescentes ricos da original, "Melrose" contava com um elenco mais velho e de diferentes classes sociais. Consequentemente, as tramas eram mais pesadas e, várias vezes, até absurdas. Quase um dramalhão mexicano bem produzido. Mesmo assim, durou o suficiente para gerar também seu derivado, o seriado "Models Inc.", este sim um dos poucos fiascos da carreira de seu produtor.


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