|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AGORA VAI?
Emissora investe na melhoria das imagens, mas a trama de "Vidas Cruzadas" lembra as novelas mexicanas; para o diretor, dez pontos no Ibope "está bom"
Record busca padrão global com folhetim
Divulgação
|
Equipe grava cenas de "Vidas Cruzadas" na ilha de Santo Aleixo |
CLÁUDIA CROITOR
ENVIADA ESPECIAL A PERNAMBUCO
"POR FAVOR, alguém pode me
responder qual é a diferença entre essas cenas e as de uma novela da Globo?" A pergunta -dirigida a um grupo
de jornalistas após a exibição de um clipe
da nova novela da Record- partiu do
superintendente de programação da
emissora, Marcus Aragão, e foi respondida por ele mesmo. "Não há diferença.
Nosso parâmetro é a Globo, sem dúvida,
e a nossa nova novela terá, no mínimo, a
mesma qualidade de uma novela de lá."
Se a afirmação é verdadeira ou não, o
telespectador poderá conferir a partir de
amanhã, às 20h15, quando estréia "Vidas
Cruzadas", a nova trama da Record.
O fato é que a novela, a segunda totalmente produzida pela emissora -e a
continuação do projeto da TV Record de
implantar um núcleo de teledramaturgia-, terá, pelo menos, mais "cara" de
produção global se comparada à sua antecessora, "Marcas da Paixão", que terminou na última sexta-feira.
A começar pela imagem. A Record,
que não revela cifras -"Posso dizer que
dobramos o investimento nessa novela",
diz Aragão-, investiu na compra de novos equipamentos, e não é difícil notar
que a qualidade da imagem é bem superior à da última produção da casa.
"Para essa novela, estamos com um
material técnico digital da melhor qualidade, com filtros que permitem uma textura muito próxima à da imagem de cinema, por exemplo", diz Atílio Riccó, diretor de "Vidas Cruzadas".
Os custos de produção também aumentaram: se cada capítulo de "Marcas"
custava à emissora cerca de R$ 50 mil,
em "Vidas Cruzadas" esse valor será de
aproximadamente R$ 70 mil -um valor
ainda baixo, se comparado a um capítulo
da Globo, que chega a custar R$ 100 mil
(veja quadro ao lado).
Isso se deve, também, ao fato de a nova
novela da Record ter ganho ares internacionais. Como toda produção "de renome", terá cenas gravadas no exterior.
Mas, em vez de Miami -onde se passaram alguns capítulos de "Marcas"-, os
cenários escolhidos foram Paris e algumas cidades da Suíça.
Há algumas semanas, parte da equipe
da Record passou dez dias gravando cenas nesses locais, e o resultado será pulverizado por cerca de 50 capítulos, aparecendo em forma de flashback.
Além disso, a própria trama vai sair do
eixo Rio-São Paulo, onde se passam nove
entre dez novelas nacionais. Com exceção das cenas de estúdio, todo o resto será gravado em Recife e proximidades.
"Quando fui para a Record, fiz um
acordo com a direção da emissora de que
faríamos novelas fora desse eixo. Queremos mostrar o Brasil para o público, e o
país é mais do que só Rio e São Paulo.
Quando estive na TV Manchete, em 90,
fizemos a mesma coisa: fomos para o
Pantanal, e o resultado, todo mundo sabe, foi muito bom", diz Riccó, que trabalhou também cerca de dez anos na Rede
Globo.
Assim como ele, boa parte do elenco já
teve alguma participação em produções
da emissora carioca. Mesmo assim -e
apesar de contar com nomes de peso, como os veteranos Laura Cardoso, Sérgio
Britto e Gianfrancesco Guarnieri-, "Vidas Cruzadas" não tem grandes estrelas
como protagonistas, um dos fatores
mais importantes para chamar a audiência. Patrícia de Sabrit (da minissérie "A
Filha do Demônio" e da novela "Olho no
Olho"), Alexandre Barillari (ex-"Malhação") e Dalton Vigh (ex-"Top TV" e
apresentador do canal pago People +
Arts) compõem o triângulo amoroso
central da trama.
A história, aliás, escrita por Marcos Lazarini, está mais para uma novela mexicana do que para uma trama da Globo.
(leia texto ao lado). "O público da Record
é assim, quer uma novela com a qualidade de imagem da Globo, mas com um
texto e uma história semelhantes aos das
novelas do SBT. E é isso que estamos fazendo", explica Aragão.
Juntando todos os ingredientes, o sonho da direção da Record é atingir a
marca de dois dígitos na medição do
Ibope, já que "Marcas da Paixão" dificilmente chegava aos 7 pontos de audiência
(cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo). "Se chegar a
dez pontos já está bom", diz Riccó.
A jornalista viajou a convite da Rede Record.
Texto Anterior: Menina teve de ser substituída na novela Próximo Texto: Conheça a trama da novela Índice
|