QUANDO recebeu o Globo de Ouro de ator coadjuvante por "Magnólia", Tom Cruise, também indicado ao Oscar pelo papel de um guru sexual e machista com sérios problemas com o pai, afirmou que o diretor e roteirista Paul Thomas Anderson ("Boogie Nights - Prazer sem Limites") havia escrito o papel para ele e por isso o convenceu a participar do filme. Cruise, que está em cartaz nos cinemas com "Missão Impossível 2", ganhou o prêmio. Mas Anderson apenas confirmou ser uma das principais revelações do cinema contemporâneo, com um estilo próprio, marcado pelo domínio absoluto da narrativa, comparável ao melhor Robert Altman ("Short Cuts - Cenas da Vida"). "Magnólia" venceu o Festival de Berlim 2000 com a intrincada relação entre vários personagens que passam pela rua que dá nome ao filme, situada em um bairro de Los Angeles. Anderson construiu um labirinto de emoções no qual eles se encontram e se perdem, segundo uma lógica indecifrável, mas embebida de lirismo.